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Por dentro da Avenida Q #3: Dando vida aos moradores da avenida

Com mais de 25 anos trabalhando com bonecos e com um currículo que inclui produções como TV Colosso e Sítio do Pica-Pau Amarelo, Zé Clayton é quem assina a direção de manipulação de Avenida Q – O Espetáculo da Broadway Em Fortaleza. Desde o dia 20 de abril, Clayton tem estado com o elenco do espetáculo em trabalho intensivo para passar técnicas de manipulação dos bonecos e coordenar, ao lado do diretor André Gress, a construção das cenas do musical.

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Clayton tem se mostrado positivamente surpreso com a qualidade e empenho que os atores tem demonstrado, especialmente por se tratar de um trabalho tão complexo. “É difícil mesmo você acertar o sincronismo da batida que você tá falando, eu trabalho com boneco há 26 anos e a gente não faz voz, trabalha com voz dublada e eu acho muito mais difícil você trabalhar com a sua voz, no sentido de deixar o sincronismo perfeito. De você abrir a sua boca e a boca do boneco e quando fechar, fechar a sua e a do boneco, é difícil, é um processo difícil e eles têm que pensar muita coisa. Eles têm que pensar em varias marcações, marcação de texto, marcação de encenação, marcação musical e marcação de manipulação”, indica o diretor de manipulação, ao explicar que, em Avenida Q, eles precisam processar isso em milésimos de segundo.

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Mas, apesar das dificuldades, o próprio elenco já vem sentido sua evolução com os bonecos nesses poucos dias ao lado do profissional. Para Mariana Bravo, intérprete de Kate Monstra e Lucy Devassa, o importante é que o resultado tem valido a pena: “É cansativo, por que você fica numa posição não muito ergonômica e um movimento de mão que não está acostumado a fazer no dia a dia. Mas o que eu tenho dito as pessoas é que é tão divertido que mesmo com dor eu quero continuar fazendo.”. Da mesma forma, Fábio Gomes, que dará vida a Princeton e Rod, acredita que a prática tem tornado os movimentos mais orgânicos, já que na hora de falar, você consegue sincronizar seus movimentos com os do boneco.

A experiência de manipulação para Alan Ribeiro e Raissa Starepravo é um pouco diferente, pois os dois estarão trabalhando juntos na manipulação de diversos bonecos. Enquanto bonecos como Kate Monstro e Rod necessitam apenas de um ator para dar vida. Trekkie Monstro, Nicky e Dona Coisa-Ruim são um esforço conjunto de dois atores. Raissa relava que é preciso uma conexão maior, mais atenção às marcações que serão realizadas para garantir uma naturalidade nos movimentos.

Para Alan a dificuldade tem sido conciliar movimentos distintos, de batidas diferentes e ainda entrar em sincronia com o movimento realizado por Raissa: “Aqui as duas mãos tem uma vida totalmente diferente, a minha mão esquerda vira a mão do boneco e a mão direita é a boca, então são batidas totalmente diferentes e dividir o tico e teco do cérebro para tentar entrar nessa sincronia na batida do tempo e na ação da outra mão de outra forma, ai a Raissa faz a mão direita do personagem também em conexão para que as três coisas que estão vindo de dois cérebros diferentes e de partes diferentes dos cérebros entrarem numa conexão só”. E Raissa completa que percepção que você tem quando realiza a ação é diferente de quando você a observa através do espelho, dai a importância dos ensaios em sala espelhada ou de gravar o trabalho sendo feito.

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O elenco dará continuidade no trabalho com Zé Clayton para finalizar a parte de manipulação na construção do musical antes de fechar o primeiro mês de ensaio. Para mais informações dobre Avenida Q – O musical da Broadway em Fortaleza continue acompanhando em nossa coluna no B!

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