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Fechada, Broadway deixa de faturar US$ 33 milhões por semana e crise preocupa

Os espetáculos movimentam o turismo em Nova York e geram cerca de 87 mil empregos diretos e indiretos

A pandemia causada pela Covid-19 está gerando muitos estragos no setor cultual e, com Nova York sendo o epicentro do novo coronavírus nos Estados Unidos, a Broadway enfrenta uma fase crítica. Fechada desde o dia 12 de março, os teatros estão deixando de faturar semanalmente US$ 33 milhões de bilheteria, segundo divulgado pela AFP, e a previsão é que os espetáculos só voltem em meados de setembro – isso sendo bem otimista.

A caótica situação fez o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, apresentar um novo plano fiscal visando diminuir os danos econômicos que serão causados pela pandemia. O novo plano inclui cortes consideráveis em todos os setores, incluindo as instituições artistas da cidade, que contempla diversas companhias de teatro. De acordo com a Forbes, se a proposta for aprovada no Department of Cultural Affairs (DCLA), que aloca fundos públicos para essas organizações, haverá uma redução de 35% se comparado ao ano anterior.

Os teatros continuam com seus letreiros luminosos acesos, mas sem o público a magia não acontece. A Broadway League, uma das organizações comerciais da indústria, chegou a anunciar que a nova data de reabertura é dia 7 de junho, porém, nos bastidores, já se sabe que os teatros ainda vão permanecer fechados por um bom tempo e os motivos são claros. Primeiro: são espaços fechados que reúnem um grande número de pessoas. Segundo: os turistas são fundamentais para que as plateias fiquem lotadas.

Ajuda necessária

O setor cultural busca ajuda do governo americano e os profissionais estão enfatizando que o teatro – principalmente o musical – é parte significativa da economia e ajuda a movimentar o turismo. Uma pesquisa feita pela Broadway League indica que o impacto econômico anual chega a quase US$ 14 bilhões e esses espetáculos geram impressionantes 87 mil empregos diretos e indiretos. Em 2019, mais de 14,6 milhões de pessoas assistiram a pelo menos um show da Broadway.

Conforme divulgado pela Forbes, se as projeções se mantiverem, o número de desempregados tente a crescer e afetar não só os profissionais que dependem da Broadway funcionando, como também os mais de 400 teatros menores que geralmente fazem parcerias com bares, restaurantes e hotéis para conseguir atrair o público. Diversos espetáculos já foram cancelados, sendo que alguns nem chegaram a estrear.

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William Amorim

Jornalista com trabalho acadêmico de pesquisa sobre a história do Teatro Musical no Brasil, repórter de Entretenimento/Cultura na Jovem Pan, com passagens pelo Portal iG e pela Editora Globo, jurado do Prêmio DID e colunista do A Broadway É Aqui!

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