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Broadway ficará fechada por mais tempo e alguns musicais não devem sobreviver

Produtores preveem que o retorno não será em abril como foi divulgado, mas em meados de junho

Assim como o resto do mundo, a Broadway está precisando lidar com os efeitos do novo coronavírus. A princípio foi divulgado que as atividades retornariam no dia 13 de abril, mas, segundo informações do New York Post, os produtores já concluíram que os teatros dificilmente serão reabertos nessa data. O mais provável é que os espetáculos voltem em cartaz apenas no verão americano, que se inicia em junho, e essa grande pausa pode significar o fim de alguns musicais.

“Isso é pior que o 11 de setembro. Perdemos alguns shows na época – vamos perder muito mais agora”, afirmou um dos principais produtores da Broadway cujo nome foi preservado. Ainda de acordo com o New York Post, os assessores de imprensa dos espetáculos foram instruídos a dizer que os musicais voltarão quando a pandemia passar, mas a realidade é que são irão sobreviver os shows que tiveram um bom dinheiro já arrecadado ou grandes patrocinadores.

Os sindicatos americanos de teatro estão negociando com os produtores para que os artistas e demais profissionais envolvidos sejam pagos pelo maior tempo possível, mas esse acordo não deve durar muito. “Você não pode pagar às pessoas para sempre quando não tem dinheiro entrando”, comentou um produtor que também não teve o nome revelado. “Eu posso pagar por um mês, mas não até o verão. Vamos ter que liberar todo mundo e ver se podemos nos reagrupar no outono [americano]”, acrescentou outro produtor.

Outra questão levantada é que não é possível que o Tony Awards, o Oscar do teatro musical americano, aconteça em junho. É provável que a premiação seja remarcada e especula-se que dessa vez não seja algo competitivo, mas sim uma celebração da Broadway – que se consolidou como um dos mais conhecidos atrativos turísticos de Nova York.

Líderes de bilheteria

“Hamilton” é um dos musicais que deve continuar em cartaz

Enquanto alguns espetáculos correm o risco de fechar as portas, outros serão fundamentais para o retorno da Broadway. O musical a mais tempo em cartaz, “O Fantasma da Ópera”, que já arrecadou mais de US $ 7 bilhões, voltará com força total, assim como sucessos da Disney “O Rei Leão”, “Aladdin” e, possivelmente, “Frozen”. Outro musical que deve voltar por sair no lucro praticamente toda semana e por possuir um baixo custo é “Chicago”.

“Come From Away” também segue a linha ‘espetáculo econômico’ e deve seguir na Broadway. Os sucessos de bilheteria “Wicked”, “Hamilton”, “Dear Evan Hansen”, The Book of Mormon” e “To Kill a Mockingbird” também não serão impactados (pode respirar sossegado).

Outros momentos difíceis para Broadway

Em 1929, após o colapso no mercado de ações, a Broadway passou por um momento delicado, mas conseguiu produzir 150 shows. No meio da Segunda Guerra Mundial, os compositores Rodgers e Hammerstein criaram o espetáculo “Oklahoma!”, que acabou servindo de referência para o formato do teatro musical americano que é conhecido hoje.

O atentado terrorista ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, impactou os Estados Unidos e a Broadway ficou fechada por dois dias. Após essa curta pausa, o retorno dos atores Matthew Broderick e Nathan Lane em “The Producers” levou 1,5 mil pessoas ao St. James Theatre.

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William Amorim

Jornalista com trabalho acadêmico de pesquisa sobre a história do Teatro Musical no Brasil, repórter de Entretenimento/Cultura na Jovem Pan, com passagens pelo Portal iG e pela Editora Globo, jurado do Prêmio DID e colunista do A Broadway É Aqui!

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