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Prepare-se para vencer na vida sem fazer força!

*Com reportagem de Cláudio Martins
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Cartaz do filme de 1967

Chega nessa sexta, 8, ao teatro carioca Oi Casa Grande, mais um grande espetáculo da dupla de diretores Charles Möeller e Claudio Botelho. Trata-se do clássico sucesso “Como Vencer na Vida sem Fazer Força”, uma adaptação do livro “How to Succeed in Business Without Really Trying”, escrito em 1952 por Shepherd Mead. Como uma espécie de “auto-ajuda”, o livro se tornou um best-seller na década de 50 e não demorou muito para ganhar uma primeira montagem musical. O assunto pra lá de sugestivo estreou na Broadway em 14 de Outubro de 1961, com Robert Morse protagonizando o personagem J. Pierrepoint Finch. O espetáculo teve sua temporada de sucesso durante quatro anos, totalizando 1417 apresentações, e recebeu o Prêmio Pulitzer de Teatro, além de oito Tonys: de Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante (Charles Nelson Reilly), Melhor Musical, Direção, Regência, Produção, Autores de Musical e Compositores. Seis anos depois, Morse reviveu o personagem no cinema, no filme que foi dirigido por David Swift.

No Brasil, ela também já foi sucesso no Teatro Carlos Gomes, do Rio de Janeiro, em 1964, estrelando grandes nomes como Paulo Araújo, vencedor do premio de Melhor Ator, Procópio Ferreira, Moacyr Franco, Ary Fontoura, Berta Loran e Marília Pêra, que desbancou a cantora Elis Regina durante os testes. Na montagem a direção foi de Augusto César Vanucci, com adaptação do texto de Carlos Lacerda e as canções de Billy Blanco.

Cartaz da produção nacional do Teatro Carlos Gomes
Cartaz da produção nacional do Teatro Carlos Gomes

Mas o assunto que nunca deixou de ser atual continuou ganhando os palcos da Broadway, seu primeiro revival aconteceu em 1995, levando o nome de “H2$” e tendo o ator Matthew Broderick como protagonista – também vencedor do Tony de Melhor Ator, e também a atriz Sarah Jessica Parker. O segundo foi em 2011, e teve três nomes bastante conhecidos da atualidade, o que particularmente agradou o mundo teen. Durante os primeiros dez meses em cartaz, o papel principal foi vivido por Daniel Radcliffe, o eterno Harry Potter, em seguida, foi assumido por Darren Criss, o Blaine da série musical Glee, e por último o cantor Nick Jonas, da banda Jonas Brothers, que assumiu o papel até o fim da temporada, em março de 2012.

Agora, a comédia romântica musical de Abe Burrows, Jack Weinstock e Willie Gilbert, e com músicas e letras de Frank Loesser, ganha seu primeiro revival brasileiro produzido pela GEO Eventos e sob a direção da dupla “M&B” – referências do gênero no país; Quem assina a direção musical é Paulo Nogueira, os cenários são de Rogério Falcão e os figurinos de Marcelo Pies; No elenco nomes de peso, a começar pelos personagens J. Pierrepont Finch e J.B. Biggley que são interpretados por Luiz Fernando Guimarães – que estreia no teatro musical -, e Gregório Duvivier, respectivamente, além de Letícia Colin como a secretária Rosemary Pilkington e outros rostos já conhecidos do meio como André Loddi, Gottsha, Leandro Luna, Guilherme Logullo, Leonardo Wagner, Renata Ricci, Nadia Nardini, Ada Chaseliov e Adriana Garambone.

Para o diretor Claudio Botelho, um dos principais desafios foi produzir a versão brasileira do espetáculo:

“Eu já sabia que existia a versão de Billy Blanco e mesmo gostando do trabalho dele, eu preferi não ouvir para não influenciar o meu. Essas letras foram muito difícies porque são cheias de ironia, duplo sentido e várias referências a Nova York. Logo no início do espetáculo, a protagonista canta uma música que fala de “New Rochelle”, um subúrbio do estado norte-americano, que teria como referência próxima aqui para nós do Rio de Janeiro a cidade de Niterói. Eu não tinha como traduzir “New Rochelle”, então a canção acabou sendo sobre um casal, em que a personagem da Letícia, a Rosemary canta sobre o seu sonho de morar em uma casinha linda, com cercas brancas…”

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Crédito: Moeller & Botelho

Se em cada produção, a dupla imprimi sua marca pessoal, em Como Vencer na Vida Sem Fazer Força, essa questão fica por conta do elenco:

“Para mim, a marca autoral neste musical é a escolha dos atores. Foi a primeira vez que não fizemos audições, apenas testes para verificar o tom dos artistas escolhidos. Eu acredito que estamos lidando com um “dream team”, um verdadeiro crème de la crème. E temos dois gênios em cena, duas gerações de comediantes. Essa é a marca da peça, que a faz ser alegre, respirar, contagiar…O que esses dois vão aprontar em cena vocês não tem ideia!”

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Como vencer na vida sem fazer força: A história fala da ascensão de um ambicioso limpador de janelas à presidência do conselho da empresa World Wide Wicket Company, depois que ele descobre uma espécie de “manual” que leva o título do espetáculo, sobre como se dar bem na vida sem muito esforço, onde passa a se basear nele para guiar todos os seus passos e suas estratégias para chegar ao sucesso, como por exemplo, fazer com que as pessoas trabalhem para ele, além de passear por assuntos profissionais cotidianos como a rotina de um ambiente de trabalho, os relacionamentos internos, e as táticas e estratégias para se chegar aonde quer chegar – ainda que através de métodos não muito corretos, como se auto promover, se vender, tentar comprar, agradar, bajular, mentir e omitir. Esse excesso de “malandragem” e a cara de pau de J. Pierrepoint Finch acabam colocando em risco não apenas a sua carreira, mas também seu relacionamento com a secretária RosePilkington, ainda que isso garanta à plateia um texto bastante divertido.

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Cláudio Martins

Há mais de 10 anos, Fundador do A Broadway é Aqui! Jornalista com especialização em Marketing

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