“Chacrinha – O Musical” leva as faces do Velho Guerreiro aos palcos
O Velhor Guerreiro vive novamente. Pelo menos na nova superprodução da Aventura Entretenimento, “Chacrinha – O Musical“, que estreia amanhã no Rio de Janeiro. O espetáculo encerra a “antologia musical” “Uma Aventura Brasileira”, iniciada com o lançamento de “Elis, A Musical“, sucedida por “Se Eu Fosse Você – O Musical” e agora coroada com esta homenagem a Abelardo Barbosa, orçada em R$ 12 milhões.
Cabe a Stepan Nercessian dar vida a Chacrinha, que tem sua vida destrinchada no palco do Teatro João Caetano, mostrando não apenas a sua genialidade como comunicador de massas, mas também os baixos de sua carreira. O trabalho de pesquisa e criação do texto ficou a cargo do jornalista Pedro Bial, que contou com a ajuda de Rodrigo Nogueira (autor de “Rock in Rio – O Musical”) para criar a dramaturgia do espetáculo. A direção é do cineasta estreante em musicais Andrucha Waddington.
Para mim, assim como o Andrucha (diretor), foi a entrada em um território novo. Acredito que fui convidado porque tenho gosto pela biografia e havia um compromisso inicial em dar sentido aquela trajetória, talvez enigmática, porque o Abelardo não deixou pistas muito claras de como ele criou o Chacrinha. Primeiro houve uma pesquisa tradicional para se armar a biografia e depois, com esse panorama mais claro, procuramos aquelas momentos da vida que pudessem encantar o público, diz Bial
Em sua fase mais jovem, o ícone da TV brasileira é interpretado por Léo Bahia, revelação na cena teatral carioca. O jovem de 23 anos ganhou destaque sendo um dos protagonista da montagem acadêmica de “The Book of Mormon“, produzida pela UNIRIO e que foi reconhecida até pela crítica Barbara Heleodora como “uma divertida surpresa”. Em seguida, Léo entrou para o elenco de “Ópera do Malandro“, dirigida por João Falcão, em que viveu Lúcia e uma das prostitutas da obra. Tudo isso em um período de pouco mais de um ano.
“Eu não sou contemporâneo de Chacrinha, mas eu acredito que ele é atemporal, muito presente. Eu conto a história dele dos 10 até os 40 anos, mostrando como o mito do personagem foi criado. Esse é o maior desafio dessa produção, porque ele existiu.Para mim, ‘Chacrinha’ é a coroação de um ano maravilhoso, em que eu fui muito feliz, estando em muitos teatros fazendo o que eu amo” celebra o ator.
Todo herói vive à sombra de um vilão. E a trama criada para o musical não foge a regra, colocando figura de Boni, o famoso ex-diretor dentro da Rede Globo, como antagonista da trama, interpretado pelo ator Saulo Rodrigues. E a primeira prova de fogo do musical, antes mesmo da estreia, foi receber o carimbo do próprio Boni, responsável pela demissão de Chacrinha e, cinco anos mais tarde, o seu retorno triunfal à emissora.
“Eu tive o prazer de apresentar uma passagem do espetáculo para o próprio Boni e foi maravilhoso. Inicialmente eu estava calmo, queria mostrar o meu trabalho, mas a presença dele realmente tem uma força muito grande. Ele tem todos os atributos de um líder e depois da performance fui conversar com ele, que me deu um toque, dizendo que em sua trajetória muito do que foi conseguido foi a base do discurso, não da imposição“, comenta Saulo.
O musical também levará para o palco outros grandes nomes da TV e da música brasileira, como Elba Ramalho, Fábio Júnior Sidney Magal e Dercy Gonçalves. A pluralidade, uma marca de seu Cassino, estará representada pela seleção de 73 canções que farão parte da trilha do espetáculo. Curiosamente, este é o musical da Aventura com mais canções incluidas, mas com uma extensão mais enxuta, com duas horas de duração.
“Veio pra mim um roteiro bem resolvido, com uma primeira parte de época. Um primeiro ato com roteiros de músicas de Carmem Miranda, Mários Reis, entre outros. Eu contribui bastante no roteiro dessa vez porque eu cresci vendo Chacrinha e trouxe muito da minha memória afetiva para o processo. É claro que eu vai ter Sidney Magal, Gretchen, porque é meio óbvio, mas além disso nós trouxemos a mistura. Acredito que essa seja a principal característica musical dele, a pluralidade. Até um funk, que é totalmente fora de época eu acrescentei em um dos medleys, mas eu acho que se ele estivesse aqui, certamente ele abraçaria o ritmo também“, conta Délia Fischer, diretora musical do espetáculo
Ficha Técnica
Texto – Pedro Bial e Rodrigo Nogueira
Direção – Andrucha Waddington
Direção de movimento – Alonso Barros
Direção Musical e Arranjos – Delia Fischer
Direção de arte e cenografia: Gringo Cardia
Figurino – Claudia Kopke
Design de som – Carlos Esteves
Desenho de luz – Paulo César Medeiros
Casting – Marcela Altberg
Serviço
Chacrinha – Musical
Onde: Teatro João Caetano, s/ número, Pça Tiradentes, Centro – Rio de Janeiro
Quando: de 14 de novembro de 2014 a
Quanto: Ingressos entre R$ 50,00 e R$ 120,00
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