Conheça Pedro Navarro, o Smee de “Peter Pan, o Musical da Broadway”
Com um timbre diferenciado conhecido em "Godspell - Em Busca do Amor", ator explora agora veia cômica em novo trabalho.
Foto de capa: Leo Aversa
Envolvido com a arte desde os seis anos de idade, quando a Igreja o despertou para a música, foi em 2016, aos 22, que Pedro Navarro pôde mostrar a que veio no universo do Teatro Musical, quando interpretou o divertido Lamar, na mais recente versão de “Godspell – Em Busca do Amor”, personagem que lhe serviu como vitrine e onde teve seu talento bastante elogiado pelo público e crítica. Naturalmente bem-humorado, foi com a ajuda de sua veia cômica que se viu escolhido para um segundo musical da Broadway, onde atualmente interpreta o icônico Smee, pirata braço direito de Capitão Gancho – vivido por Daniel Boaventura – em “Peter Pan”, musical em cartaz no Teatro Alfa, em São Paulo, até julho.
Graduado em Cinema pela Anhembi Morumbi, o jovem paulista que cresceu no interior, na cidade de Avaré, traz consigo uma voz marcante e cheia de personalidade, que se adapta facilmente ao estilo pop, rock, soul e gospel; Já no currículo traz algumas experiências anteriores que o conduziram até aqui, como participações em corais e em produções acadêmicas, além de muitas especializações – necessárias para todo artista que deseja trabalhar com o gênero que, essencialmente, exige o domínio do canto, dança e interpretação.
Após se formar na primeira turma de Teatro Musical pelo Sesi-SP, em 2016, tendo sido um dos escolhidos entre mais de 1000 inscritos para desfrutar de um aprendizado completo, Navarro foi orientado durante três anos por renomados profissionais do meio como Amélia Gumes, Sara Sarres, Bianca Tadini, Christina Trevizan, Daniel Rocha, Carlos Bauzys e Christiane Matallo. Sempre esforçado, pouco tempo depois viajou aos Estados Unidos para se aperfeiçoar sobre fisiologia e técnica vocal, onde fez diversos cursos e pôde se juntar a um estelar time de alunos de Bob Garrett, professor de nomes como Hugh Jackman, Bernadette Peters, Katy Perry, Ariana Grande e Gavin Creel. Atualmente, exerce a função de coach vocal no espaço multifuncional Casa Motivo, idealizado por Rafael Villar – seu professor particular de canto.
O B! bateu um papo exclusivo com Pedro Navarro e conta detalhes sobre seu momento e carreira:
B!: Como se deu seu primeiro contato com a arte?
PN: Minha família foi sempre muito musical, apesar dos meus pais não serem cantores, nasci e cresci ouvindo bastante música. Quando era criança, ao invés de pedir brinquedos, bonecos e etc, eu pedia fitas e CD’s. Fui criado basicamente junto com os filmes da Disney. Comecei cantando na Igreja Metodista, denominação que frequento até hoje, inicialmente eram solos curtos durante o culto, músicas simples. Depois de um tempo comecei a fazer solos junto com o Coral Metodista. Existia uma grupo de teatro na igreja do qual fiz parte desde o início, e o grupo sempre levantava musicais todo Natal e toda Páscoa, eu participava de todos. Então o canto e o teatro começaram quase que paralelos na minha vida, apesar do canto ter sido bem mais presente, e mais forte, até por eu ter crescido numa cidade do interior.
B!: Como foi a experiência em “Godspell – Em Busca do Amor”?
PN: Foi transformador fazer Godspell, assim que eu passei na audição, alguns colegas atores que já participaram das montagens antigas do espetáculo me falaram: “-se prepara, vai te transformar!” e não deu outra. Ficamos um ano em cartaz, em São Paulo e na turnê, e eu aprendi a seguir meus instintos como ator e cantor, pois era um espetáculo extremamente puxado vocalmente. E trabalhar com o Dagoberto Feliz foi um presente imensurável, depois do nosso processo cheguei a dizer para ele como sua direção e o ambiente que ele nos imergiu durante os ensaios e na temporada, transformou minha visão sobre teatro, sobre comportamento profissional e humano nas artes e no nosso mercado, sem dúvida um dos maiores mestres que já tive.
B!: Como foram os testes para “Peter Pan, o Musical”?
B!: O que vem sendo mais especial neste momento da sua carreira?
PN: Estou extremamente feliz, poder fazer parte dessa produção enorme e mágica, com um elenco que admiro e uma equipe extremamente competente, é realmente uma benção enorme. Gosto da versatilidade de sair de um musical como Godspell e emendar em um como o Peter Pan, pois é um desafio enorme e é o que já desejava muito como ator para a minha carreira, poder construir personagens extremamente diferentes em linguagem diferentes. Saber que o público pode me ver de varias maneiras, como no espetáculo anterior que tinha um trabalho vocal super difícil onde pude mostrar meu lado cantor, e como agora, mergulhado no humor e no trabalho corporal.
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Preciso também dizer da relação com o Daniel Boaventura, que é um exemplo para mim. Ele é um monstro em cena e tenho aprendido muito com ele, sobre o ofício, sobre o estudo e a experimentação de personagem. Ele tem uma generosidade rara de se ver e durante os ensaios, sempre saíamos de cena conversando sobre ela, do que gostávamos e o que podíamos fazer para funcionar melhor.
Outra satisfação foi ser dirigido pelo José Possi, que é considerado um marco na história do teatro e do teatro musical brasileiro. Me lembro que quando soube que passei, fiquei nervoso e ansioso para ser dirigido por ele, que durante todo processo me deu uma liberdade muito grande para criar; Sempre de bom humor, criando junto, ele sabe exatamente o que quer e sabe muito bem fazer o ator chegar ao que deseja, sem falar que a direção e concepção do espetáculo são de um primor incrível.
O público vai pirar no nosso Peter Pan!