O teatro musical brasileiro foi surpreendido com um novo talento em 2015, quando a comédia musical ‘Mudança de Hábito’, que fez temporada no Teatro Renault, em São Paulo, escolheu Ana Luiza como Irmã Maria Roberta, a postulante de sonhos simples como ver o mar. O trabalho da carioca agradou tanto que lhe rendeu um prêmio Bibi Ferreira na categoria ‘Revelação’ na marcante edição do Theatro Municipal de São Paulo.
De lá para cá, a atriz e cantora que descobriu a paixão pelos musicais aos 14 anos, ao participar de uma pratica de montagem do musical ‘Rent’, como Maureen, no Centro Musical Antonio Adolfo, no Rio de Janeiro, já pôde ser vista em outras produções como as segundas montagens de ‘My Fair Lady’ e ‘A Noviça Rebelde’, e também em produções como ‘Aparecida’, ‘A Era do Rock’ no papel de Regina Koontz e mais recentemente ‘Heathers’ como Veronica Sawyer. Também integrou elencos de montagens de Billy Bond como ‘Natal Mágico’ e ‘Um Dia na Broadway’.
O que nem todo mundo sabe é que a relação de Ana Luiza com a arte nasceu com a música, e não com teatro. Suas primeiras conexões com ela foram feitas ainda pequena, cantando músicas da dupla Sandy & Jr. em casa, mas foi aos 10 anos que as aulas de canto tiveram início, depois que a mãe da artista – que já respondia querer ser cantora desde os três anos de idade – identificou seu verdadeiro potencial.
Sempre dedicada aos estudos, sua jornada de profissionalização na arte, em todas as suas ramificações, começa em 2009, com um Masterclass Lírico x Belting ministrado pelo Maestro Marconi Araújo e a Dra. Silvia Pinho, em 2012. Em 2012 ela se muda para Nova York, onde se forma pela American Musical and Dramatic Academy (AMDA), e, de volta ao país, soma ao currículo cursos na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras, Escola de Atores Wolf Maia, Fátima Toledo, um Masterclass de Belting com Mirna Rubin, um curso livre de Ballet no Theatro Municipal de São Paulo, e de dublagem com Claudio Galvan.
Dona de um timbre especial e com sua experiência em Belting, Lírico Pop e Jazz, foi toda essa musicalidade que levou a artista a aproveitar a quarentena, em função da Covid-19, para trabalhar em um novo projeto autoral (em breve a ser divulgado aqui!), e até que seja possível conhecer mais sobre ele, ela é a convidada da semana do Songlist do B! e listou suas 16 canções especiais, contando ‘a história por trás da história’ de cada uma delas. Bom play!
1) Pray You Catch Me – Beyoncé
Bem-vindos a minha playlist! Começo com essa música que é a introdução mais que perfeita do álbum ‘Lemonade’ da minha diva mor BEY. Além de admirar muito essa mulher, eu adoro a simplicidade e ao mesmo tempo a não obviedade dessa música. Acho ela inusitada e um som bem diferente do que a gente está acostumado. E o ‘Lemonade’ inteiro é uma obra de arte. Quem não viu o audiovisual ainda, aproveita a quarentena!
2) Best Part. – H.E.R ft Daniel Caesar
Conheci essa música ano passado quando um casal de amigos muito querido me chamou pra cantá-la no casamento deles e virou uma das minhas favoritas, de escutar no repeat mesmo. O casamento infelizmente foi adiado por conta da COVID-19, mas a música ficou pra vida e não vejo a hora de ter esse momento especial com eles.
3) If It Kills Me – From the casa nova sessions – Jason Mraz
Essa música tem que ser escutada NESSA VERSÃO!
Eu sou viciada em assistir vídeos no YouTube de ‘So You Think You Can Dance’ e sempre me perco lá vendo performances de estilos variados com bailarinos contando histórias com seus movimentos. E essa tem uma história linda demais! Queria nascer de novo pra saber fazer metade do q eles fazem. Fora que amo Jason Mraz e *spoiller alert* ele aparecerá mais vezes aqui. Assistam (essa e muitas outras https://www.youtube.com/watch?v=xk8ImwtnCug)
4) Feel – Jacob Collier ft Lianne La Havas
Minha música favorita atualmente. São tantos elementos juntos e tudo executado na mais extrema perfeição. Eu conheci o trabalho do Jacob Collier fuçando o YouTube do Tiny Desk Concert (outra diconaa!) e eu fiquei tão chocada com o talento dele que se tornou uma missão de vida mostrar para as pessoas. Na mesma semana que eu conheci o trabalho dele, eu e um amigo decidimos ir jantar em santos, só pra pôr o pé na areia, fazer algo diferente da rotina. E a gente se sentou na praia e ficou assistindo esse vídeo e foi incrível. Logo depois anunciaram o show dele em São Paulo e nós fomos (eu fui de pé imobilizado e muleta, numa chuva horrível, mas valeu MUITO) (link: https://www.youtube.com/watch?v=vPBirt1YhuM)
5) Midnight train to Georgia – Gladys Knight & The
Eu disse que ‘Feel’ era a favorita atualmente né? Mas durante muito tempo essa aqui foi a minha resposta para “Qual a sua música favorita?”. Eu brinco que é o ‘Trem das Onze’ americano e sempre falo que se escrevessem um roteiro sobre a minha vida, queria que ela fosse a trilha do começo do filme: despertador toca, pessoa acorda, escova os dentes, se arruma, toma café e sai pra mais um dia do seu cotidiano. (Inclusive, #sdds)
6) Falling Slowly – Once
Muito antes de virar musical, eu assisti ao filme ‘Once’ e viciei nessa música. Quando assisti o musical, eu fiquei completamente arrepiada e só chorava. Essa música me lembra o quão poderosa uma música pode ser: Sensações, lembranças, tudo vem à tona com a letra e melodia. CHILLS!
7) You and I Both – Jason Mraz
Olha ele de novo aqui. Sou apaixonada por toda a discografia do Jason Mraz, porém gosto dessa particularmente porque ela é uma música que fala sobre o término de uma relação de um maneira positiva, leve, carinhosa, divertida e acho isso muito legal. Toda vez que toca no meu Spotify sou obrigada a duetar com meu brother Jason (e nem sempre é bonito, as vezes eu grito como se não houvesse amanhã)
8) Always Remember Us This Way – Lady Gaga
Gaga é uma das performers que mais admiro, por saber de todo o background ela com teatro musical, e pela musicalidade dela, pela genialidade das composições, e irreverência. Ao longo dos anos ela nos mostrou extrema versatilidade e eu AMO tudo que ela se propõe a fazer. Não foi diferente com ‘A Star is Born’. Passei alguns meses ouvindo o soundtrack do filme no repeat, ATÉ PRA MALHAR. E eu sou insanamente apaixonada por essa música, pra mim é a melhor do filme.
9) With Him – Katie Thompson
Essa música faz parte de um ‘movimento’ que chamamos de Teatro Musical Contemporâneo, onde novos compositores americanos escrevem músicas que tem uma história por trás, uma cena acontecendo, mas não necessariamente fazem parte de um musical completo. Essa cena em particular mexe muito comigo, pois é uma conversa entre um ex-casal onde um segue sua vida e o outro não conseguiu superar. E a personagem passa por muitos estágios durante esse encontro. Confesso que já performei algumas MUITAS vezes essa música: no chuveiro, na frente do espelho, no carro. Pra quem se interessar, a música é do Joey Contreras e ele tem muitas outras INCRÍVEIS!
10) Why – Avril Lavigne
Minha fase EMO vai ser representada sim. Essa música é um b-side muito antigo da Avril, mas acho a música mais linda dela. Acho que eu ouvia todo dia no auge dos meus 13 anos, no recreio do colégio no meu iPod vídeo 32gb, e era julgada por ir de munhequeira e All star pra escola.
11) Falling in Love – McFly
Eu fui viciada em McFly uma boa parte da minha adolescência. A primeira vez que eles vieram pro Brasil eu estava fazendo intercâmbio. Mas na segunda vez EU FUI EU TAVA e inclusive entrei numa comunidade aqui no Rio onde eles foram gravar o programa ‘Casseta e Planeta’ e tenho vídeos deles apontando pra mim e dando tchau durante a gravação. Naquela época foi o melhor dia da minha vida. Essa música foi escolhida por uma frase dela que acho muito linda e é um dos lemas na minha vida: “Everyday should be a new day to make you smile and find a new way of falling in love” <3
12) Hey There Delilah – Plain White T’s
Ainda no intercâmbio, quando me bateu que em algum momento eu teria que ir embora e deixar essa nova realidade que eu tinha acabado de começar e que eu estava amando tanto, eu passei a ouvir essa música sempre e chorava copiosamente cantando todas as vezes. Um fato engraçado é que depois que eu voltei pro Brasil, minha mãe americana contou que tinha engravidado e acho que de tanto que eu ouvi essa música em casa, colocou o nome da filha de Delilah.
13) River – Ben Platt
TÁ. Além da música ser linda e bom, acho que todo mundo que acessa o B! sabe quem é o Ben Platt, vocês precisam assistir a série a qual ele faz parte: ‘The Politician’. Disponível no Netflix, é de longe minha série favorita dentre as que assisti na quarentena. É uma mistura de ‘Heathers’ e <insira aqui uma série política> com uma pitada de ‘Glee’. Vai sair a 2ª temporada mês que vem! E a música não sai da cabeça!
14) Wonderwall – Ryan Adams
Escolhi essa música nessa versão por dois motivos: Primeiro por ser fã de Oasis. Fui no show que eles fizeram aqui no Brasil em 2009 com as minhas amigas do colégio e logo depois a banda anunciou o término. E segundo pois essa versão tocou numa cena icônica protagonizada por ninguém menos que SETH AND SUMMER em ‘The OC’. E coincidentemente nessa última semana, ‘The OC’ foi assunto em duas conversas no mesmo dia. Fiquei até com vontade de rever, mas a Netflix tirou do catálogo. CALIFOOOORNIAAAAAAAA. Além de viciada na série, eu era viciada na trilha sonora e ela regia o meu gosto musical na época. Conheci muitos artistas por lá. #gratidao
15) I Don’t Trust Myself (with loving you) – John Mayer
Bom, essa música me faz sorrir, me traz uma memória muito legal toda vez que eu escuto. Infelizmente essa vou deixar o suspense no ar e contar só pros mais íntimos hehehehehehe. Mas é daquelas músicas que embalaram um momento não tão especial que acabou se tornando especial.
16) Give me Love – Ed Sheeran
Essa música do Edinho — além de ser 2-em-1 — é um abraço. Deixei ela aqui no final como um bônus, só porque ouvi a playlist inteira e achei um absurdo não ter nenhuma música dele. E essa é minha favorita. Gosto de ouvir deitada de olho fechado.