Clima romântico de “Nós sempre teremos Paris” chega à São Paulo
Com a graça e o charme parisiense, o espetáculo “Nós sempre teremos Paris” chega à São Paulo pela primeira vez, depois de uma bem sucedida temporada carioca de 17 meses, e de viajar em turnê por cidades como Niterói, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Brasília e Vitória, atingindo um público de mais de 50 mil pessoas.
Apresentando diversos clássicos da música francesa do século XX, como “C’est Si Bom”, “La Vie en Rose”, “Je ne regrette rien” e até mesmo uma versão especial de “Garota de Ipanema”, as canções são a ponte perfeita para uma comédia romântica musical de 50 minutos, estrelada por Françoise Forton (Enlace – A Loja do Ourives) e Aloísio de Abreu (autor de Cazuza – O musical).
A história começa quando durante uma viagem à “Cidade Luz”, eles se conhecem por acaso. Ele vai à Paris com uma excursão, e ela é uma secretária que faz um curso de francês para conseguir uma promoção no seu trabalho, e por uma frustração, resolve usar suas economias para viajar. Após uma tarde juntos no café Boulevard Montparnasse, descobrem diversos interesses em comum, interesses esses que os mantém ligados durante 20 anos, sempre conectados pelas lembranças de uma tarde e as românticas canções que constroem a trilha sonora do espetáculo; E é ai que ambos decidem retornar ao local do encontro, na esperança de se reencontrarem, retomando assim o que poderia vir a ser uma linda história de amor.
Durante a coletiva de imprensa, que aconteceu na tarde de quinta-feira, 06, Françoise falou sobre o prazer de protagonizar um espetáculo em que já dividiu o palco com Tadeu Aguiar, Luiz Nicolau, e seu mais novo parceiro de cena, Aloísio de Abreu.
“Se perguntar pra mim como atriz, eu sempre quero fazer ‘Paris’, eu posso estar fazendo um outro espetáculo, qualquer que seja, drama, comédia o que for, mas se der pra vir ‘Paris’ junto, se der pra vir num outro horário… Porque é realmente uma delícia, e não é só o prazer da gente estar fazendo, é como isso toca as pessoas, isso é uma coisa que é muito boa de ouvir e de sentir, como o simples, o amor, o estar leve, não ter que enlouquecer, não como raciocino, mas a pessoa sai muito bem do espetáculo, ou seja, é a função de tocar a plateia. É impressionante como o ‘Paris’ tem essa penetração, talvez isso tenha impressionado Barbara Heliodora.
Pra mim ele é como um biscuit, uma coisinha delicada, quase um camafeu, é assim que eu sinto e trato esse espetáculo, tenho muito carinho, muita dedicação, gosto demais, pela simplicidade dele, de me emocionar em algumas musicas… Tem dias que terminar uma musica é difícil porque a emoção as vezes me pega de surpresa, e é um exercício fantástico pro artista, e isso sem nenhum esforço. É maravilhoso quando você tem uma possibilidade de fazer um trabalho assim, ‘Paris’ vai estar sempre com a gente, assim espero…”.
Escrito por Artur Xexéo, sob a direção de Jacqueline Laurence, direção musical de Marcelo Nogueira, e tendo Françoise como uma das produtoras, o espetáculo que tem seu título inspirado na famosa frase do filme Casablanca (1942), conta apenas com três músicos instrumentistas, Roberto de Brito (Violão), João Guilherme (Percussão) e Itamar Assiere (Piano e Acordeon), e aposta na simplicidade e despretensão, fugindo ao estilo que vem fazendo moda, de “megaprodução”.
“É um pocket show, um espetáculo com musica, mas não é um musical tradicional da Broadway, a musica ajuda a contar a história, ela dá o clima que os personagens vivem naquele momento, então sobre esse aspecto, ele é um musical”, define o autor.
Sobre suas influências e referências para a composição da obra, que foge um pouco à sua área, Xexéu, que fez sua estreia no gênero ao escrever o musical “A garota do biquíni vermelho”, e depois assinando a versão brasileira do musical “Xanadu”, explica:
“Eu não pensei em nada quando fui escrever, eu só queria contar uma história de amor. Eu não tenho experiência nenhuma em dramaturgia, eu sou um jornalista, tenho 30 anos de jornalismo e tenho quatro como dramaturgo. Eu não conheço as regras da dramaturgia, eu sei que tem que ter conflito, tem que ter ação, mas eu não sei muito bem o que que é isso (risos). É claro que têm influências, você tem que ter, e eu devo ter tido alguma, mas acho que nesse caso específico, a maior é a musica francesa, a protagonista do espetáculo é a canção francesa. Tem dois grande atores que cantam muito bem e interpretam seus personagens muito bem, mas eles estão ali a serviço da canção, e essa historinha poderia ser uma canção…
Existe uma canção no espetáculo, ‘Vous qui passez sans me voir’, cantada por Jean Sablon, que é a música chave dele, e eu quis fazer uma peça que contasse essa história, pois quando ela começa, quando eles chegam nesse café, toca ela no alto falante e quando eles voltam lá, 20 anos depois, numa maluquice, tá tocando de novo… Eu só quis fazer dramaturgicamente a história dessa canção”.
Com apenas um figurino para cada personagem, assinados por Valéria Stefani, o musical dispensa os grandes efeitos especiais e as trocas de cenários. No palco, a cenografia assinada por Massimo Esposito é composta apenas por duas mesas e quatro cadeiras, que em conjunto a meia luz, assinada por Adriana Ortiz, dão vida ao clima de romance que sempre termina com pedido de Bis, e que agora chega ao Teatro Raul Cortez, em 14 de fevereiro, onde fica em cartaz até 30 de março, com grandes possibilidades de estender sua temporada e até mesmo viajar para outras cidades.
Serviço:
Teatro Raul Cortez
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista
Bilheteria: 3254-1631
Sessões: Sexta 21h30 / Sábado 21h / Domingo 18h
Ingressos Populares: R$40
Vendas: 4003-1212 ou www.ingressorapido.com.br
Duração: 50 minutos
Classificação: 10 anos
Estacionamento local: R$19
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