Claudio Lins cria versão musical de "O beijo no asfalto", de Nelson Rodrigues

A produção de musicais nacionais continua a se expandir no Brasil. Após o anúncio da Aventura Entretenimento, no dia 21, sobre três novos espetáculos brasileiros, houve a leitura dramática e a apresentação de um projeto inédito, coordenado por Claudio Lins: “O beijo no asfalto – O Musical”, uma versão do clássico de Nelson Rodrigues para a linguagem musical. A ideia é fruto de uma parceria entre Claudio e João Fonseca iniciada em 2009, e o espetáculo tem sua data de estreia previamente marcada para agosto de 2014.
No possível elenco do espetáculo estarão Marya Bravo, Cristiano Gualda, Lucinha Lins, Letícia Colin, Izabela Bicalho, Paulo Gracindo e Renato Rabello, presentes na leitura, além do próprio Claudio Lins, que em entrevista exclusiva ao “A Broadway é Aqui!”, contou mais detalhes sobre o espetáculo.

“A leitura na verdade é o ponta pé inicial do projeto. Esse é o texto do Nelson Rodrigues que mais me toca. Eu e o João Fonseca começamos a vislumbrá-lo em 2009 e gostaríamos de inovar ao montá-lo, daí surgiu a ideia de transformá-lo em um musical. É uma homenagem ao centenário de Nelson Rodrigues, que deve estrear no Teatro do Sesc Ginástico, no Rio de Janeiro, o mesmo local onde a peça original foi encenada pela primeira vez, em 1961”

“O beijo no asfalto” é uma peça polêmica, com uma história que parte do momento em que um acidente de ônibus acontece, deixando um homem atropelado a beira da morte; A trama se desenrola no instante em que o homem acidentado recebe um beijo na boca, dado por um outro homem, cena essa que acaba sendo vista por dezenas de pessoas, incluindo um jornalista, que aproveita o caso para ganhar fama e dinheiro, destruindo assim a imagem do jovem pai de família. A obra já foi reencenada várias vezes, ganhou as telas dos cinemas em 1963 e 1981, além de uma versão em quadrinhos adaptada por Arnaldo Branco e Gabriel Góes.
O musical contará com composições próprias escritas por Claudio Lins ao lado de canções de época que façam menção ao período. “A minha maior inspiração para compor essas canções são as obras de Chico Buarque, em que as músicas não contam a história porque o enredo é contado no texto. As músicas mostram o íntimo, o que se passa por dentro da mente do personagem”.