Especial DuB!agem: Thiago Machado
Por Thiago Machado
“Meu mundo com a dublagem começou em 2015, por meio de indicação principalmente de pessoas que trabalhavam com teatro musical e também já trabalhavam com dublagem, como por exemplo o Charles Dalla e a Cidália Castro.
Eu comecei na Luminatta Studio e na TV Group, onde trabalhei com diretores maravilhosos, fazendo coro e cantando em abertura de desenhos com bastante visibilidade no mundo infantil, o que é muito prazeroso.
Logo depois comecei a fazer solos e a minha primeira voz cantada de personagem foi como Josh, no seriado musical da Netflix, “Crazy Ex-Girlfriend”. Com a Disney eu gravei coro do live-action “A Bela e a Fera” e do filme “Viva – A vida é uma Festa”.
Fiz também o unicórnio Skye – coincidentemente o mesmo nome do personagem que fiz no musical “Mamma Mia” -, na animação “Princesinha Sofia”, e essa foi a primeira vez que fiz uma voz falada e cantada.
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Depois disso veio o meu grande trabalho, em “O Retorno de Mary Poppins”, onde fiz a voz cantada e falada do Jack, interpretado pelo Lin-Manuel Miranda, e que foi um presente maravilhoso, pois nesse filme eu tive uma grande noção da dublagem falada, além da dublagem cantada – que eu já conhecia, e aprendi muito com o pessoal da TV Group.
A minha impressão sentimental da coisa toda, é que obviamente essa é uma das ramificações do ofício artístico né, ter que usar somente a sua voz para passar a emoção que o personagem pede, ter o entendimento que a emoção precisa e que pode ser na comédia, no drama ou nas explicações que você tem que dar durante todo o trabalho, e isso é muito emocionante porque, além da parte técnica ser muito difícil, de controlar a distância de microfone, captação de ar ou para não dar um um estouro no microfone, você ter que “sincar” a tua boca com a do personagem e modificar vogais por conta da formato da boca dele, como uma fusão, e é muito interessante isso.
Além dessa parte técnica, é muito emocionante depois que você passa toda a sua escala de dublagem, poder assistir e ver a sua voz no corpo de outra pessoa ou de um personagem animado. Uma vez um amigo me disse: “Thiago você tem noção que para uma geração de crianças e adolescentes que acompanharam ‘O Retorno de Mary Poppins’, é a sua voz que vai estar na cabeça delas?” – e da mesma forma eu tenho a voz do Corcunda grudada aqui, de quando era criança e fui assistir no cinema. Pensar que daqui há uns 15 anos, quando a criança de hoje virar um adulto e assistir novamente, vai ficar com a minha voz na memória é especial”.