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Após 35 anos, “O Fantasma da Ópera” encerra temporada na Broadway

Espetáculo foi o musical a estar mais tempo em cartaz em NY e termina hoje suas apresentações

Hoje, 16, será um dia histórico e melancólico na Broadway: após mais de três décadas em cartaz, o musical “O Fantasma da Ópera” encerrará sua longeva temporada em Nova York. A obra de Andrew Lloyd Weber inspirada no romance gótico de mesmo nome do francês Gaston Leroux se tornou um “sinônimo” de Broadway e de grandes musicais ao longo dos anos, criando toda uma economia turística atraída por pessoas de todos os cantos em busca de assistir o mascarado Fantasma tentar conquistar o amor da jovem Christine Daaé, enquanto assombra um teatro e a burguesia parisiense do final do século XIX.

Publicação de despedida do espetáculo no Instagram oficial.

O que levou ao encerramento do espetáculo

Segundo o jornal New York Post, a pandemia foi grande responsável pelo encerramento do espetáculo. Segundo o jornal, a produção estaria perdendo 1 milhão de dólares ao mês após a retomada dos teatros, fruto de todo o legado e crise econômicos deixados pela covid-19 no mundo. Além disso, o espetáculo é uma superprodução que requer muitos detalhes, profissionais e artistas para permanecer de pé, gerando um grande número de custos que requerem uma audiência frequente para se manter a pleno vapor.

Há quem aposte também que, embora seja uma obra essencialmente romântica (no mais literal dos sentidos), o musical envelheceu mal. Dois homens disputam o amor de uma mulher que tem se vê obrigada a se relacionar com um homem possessivo que a “sequestra” para dar-lhe aulas de canto (e “algo a mais”, como visto em cena e na sequência do espetáculo, “Love Never Dies”, onde descobrimos que Christine e o Fantasma tiveram um filho).

Polêmicas a parte, a máscara do Fantasma se tornou um símbolo da força teatral de Nova York (embora a obra tenha estreado originalmente em 1986 no West End de Londres). Prova disso são os números sustentados pela produção. Veja abaixo:

  • Com 35 anos de temporada (salvo o fechamento da pandemia), o musical se tornou a obra a mais tempo em cartaz na Broadway;
  • Foi assistido por mais de 18 milhões de espectadores em Nova York e mais de 140 milhões nas montagens mundo a fora;
  • Uma receita estimada em torno de 6 bilhões de dólares.
  • Venceu cerca de 70 prêmios teatrais, incluindo o Tony Awards, Olivier Awards, Drama Desk Awards entre outros;
  • O primeiro álbum do elenco original ultrapassou 40 milhões de cópias em vendas;
  • Aproximadamente 130 profissionais, entre técnicos, elenco e músicos estão envolvidos em cada sessão do espetáculo;
  • Cada apresentação tem 230 figurinos, 14 cômodas, 22 mudanças de cena, 281 velas e cerca 250 kg de gelo seco e 10 máquinas de neblina e fumaça;
  • Hoje, 16, será a 13.981ª vez que o lustre será derrubado sobre o público.

O espetáculo no Brasil

Como um grande mercado para musicais, o Brasil se tornou atrativo para receber o espetáculo. A primeira produção brasileira estreou por aqui no então Teatro Abril em 2005 (no ano seguinte ao lançamento da versão cinematográfica do musical). O elenco era encabeçado por Saulo Vasconcelos em sua segunda performance como o personagem-título. O papel da jovem Christine Daaé foi dividido entre Kiara Sasso e Sara Sarres, que se alternavam nas apresentações, acompanhadas de Nando Prado como o visconde Raoul de Chagny, que completava o triângulo amoroso da obra.

Veja fotos da montagem brasileira de “O Fantasma da Ópera”  de 2018-2019

A segunda montagem aconteceu entre 2018 e 2019 e contou com Thiago Arancam como o Fantasma, Lina Mendes no papel de Christine e Fred Silveira como Raoul. Alguns nomes presentes na primeira montagem retornaram nesta produção, como Bianca Tadini, que na primeira produção viveu Meg Giry, fiel amiga de Christine. Na montagem posterior, Bianca deu vida a personagem Madame Giry, mãe de Meg, sua atuação anterior.

Apesar do sabor amargo do encerramento de temporada na Broadway, não houve nenhum comunicado sobre o encerramento das temporadas em Londres e das turnês pelo globo.

O fato é que, gostando ou não, a obra segue como uma grande referência turística, artística, e também para o currículo de todos os artistas que já passaram pela produção. Pela última vez, o lustre irá subir sob palco do Majestic Theatre para encantar uma plateia mais uma vez.

You alone can make my song take flight
Its over now, the music of the night

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Cláudio Martins

Há mais de 10 anos, Fundador do A Broadway é Aqui! Jornalista com especialização em Marketing

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