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“Grease” ganha montagem nacional – conheça o projeto

Elenco Grease

Um dos musicais mais queridos dos norte-americanos (e também dos brasileiros) está para ganhar uma montagem nacional, que terá como principal foco apresentar novos talentos do teatro musical e não ficar restrito às capitais do Rio de Janeiro e São Paulo. “Grease – O Musical” chega ao Brasil em 2017 por meio de um projeto da Entreatus, que vem sendo preparado há dois anos. A produção contará com atores e equipe técnica das cidades de Sorocaba e São Paulo, onde será apresentado inicialmente, sendo levado em uma fase seguinte ao Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Jundiaí, Santos Paulínia e Campinas. Também estão previstas audições para novembro deste ano, em São Paulo, abrindo a oportunidade para atores da capital paulistana. Quem conta os detalhes desse projeto em uma entrevista para o B! é Marcello Marra, diretor do Núcleo de Artes Cênicas da Entreatus e coordenador do projeto.

 

A ideia da montagem surgiu de forma bastante natural, como consequência do gênero Teatro Musical ser nosso principal foco de trabalho desde o início da década de 1990. Na verdade o nosso amadurecimento técnico e artístico ao longo de várias produções, nos conduziu para esta realização de grande porte. “Grease” sempre foi para nós um desejo, um sonho e uma perspectiva de crescimento e exploração de novos horizontes. A ideia de se montar este espetáculo surgiu a partir da criação do Núcleo de Teatro Musical do Entreatus na cidade de Sorocaba e da necessidade de um espetáculo inaugural que fosse ao mesmo tempo marcante e emblemático dessa nova fase, mas que também refletisse muito de nossa forma de atuar e entender a dinâmica do teatro musical.

 

B!: Grease é um dos musicais norte-americanos favoritos não apenas Estados Unidos, como também em outros países, inclusive no Brasil. Ao que você credita esse sucesso?

Marcelo Marra: Acreditamos que “Grease – O Musical” dialoga com todas as faixas etárias de uma forma bastante especial e nostálgica. No Brasil, a produção cinematográfica de 1978 com Olivia Newton John e John Travolta foi um estrondoso sucesso tendo perpetrado no imaginário coletivo a visão de uma juventude transgressora às regras vigentes, mas que projetava uma visão muito positiva de futuro. O jovem sentia que aquele momento se apresentava para ele como que o surgimento de uma nova e promissora fase, e eles estavam prontos para correr atras de se us sonhos, que foram negados nas décadas anteriores, através de uma sociedade extremamente conservadora e pelo advento das guerras mundiais. Creio que esses espírito de confiança no futuro é o que liga os jovens de hoje ao musical.

B!: Quais foram os desafios para, de fato, levantar essa produção?

MM: Em primeiro lugar, o dimensionamento e elaboração do projeto. Precisávamos ter uma noção muito clara dos objetivos e metas projetando tudo para uma execução ao longo de dois, três anos. Quando vem a público a realização de ensaios intensivos e a estréia de um espetáculo, isso é apenas a ponta do iceberg de um projeto que iniciou muito antes e já atravessou muitas etapas. Posteriormente, a conexão deste projeto com profissionais alinhados com as etapas de nossa produção, que agregassem qualidade e respeito ao mesmo. Podemos destacar a produção que será realizada numa parceria do Entreatus – Núcleo de Artes Cênicas e Cubo Entretenimento na pessoa de Dani Angelotti.  Além disso, a cenografia será assinada pelo renomado cenógrafo brasileiro J.C. Serroni e a iluminação leva a chancela de Carmine D’Amore, iluminador italiano radicado no Brasil. O que vem pela frente? Captação de recursos, apoiadores, patrocinadores, contrato com salas de espetáculos, ou seja, tudo que envolve uma produção desse porte e que pretendemos realizar com o mesmo profissionalismo e qualidade que pautaram nosso trabalho até aqui. 

B!: Qual a importância, de montar um musical deste porte, fora do eixo das capitais do RJ e SP?

MM: Temos uma visão muito positiva quanto ao desenvolvimento de um teatro profissional que abranja muito mais que apenas dois pólos de produção. As regiões de Campinas, Jundiaí, Sorocaba e Santos possuem grandes pólos industriais com empresas que movimentam grande parte da economia no estado e acreditamos ser natural que, com o desenvolvimento econômico dessas regiões e a criação de novas áreas metropolitanas, o setor cultural e de entretenimento tenha igual crescimento. Fora isso, cremos ser muito benéfico oferecer novas oportunidades de trabalho e negócios, especialmente no setor de economia criativa, onde podemos notar uma mudança radical de mentalidade do empresariado nos últimos anos. 

B!: Em um momento em que a arte – e sobretudo, os musicais – são colocados em xeque, por conta da crise econômica, como vê as possibilidades deste espetáculo?

MM: Estamos muito otimistas com relação ao projeto. Nós produtores e artistas temos que ter esse combustível correndo em nossas veias. É muito mais fácil se deixar vencer pela incredulidade e pessimismo em tempos como esses, mas precisamos manter o foco e não permitir que a crise nos consuma. É evidente que ela está aí, batendo às nossas portas todos os dias, ainda mais agravada por uma crise político-institucional que parece não ter fim. Não acreditamos que determinações autoritárias como a do Tribunal de Contas da União que determina o impedimento de projetos com forte capacidade financeira vingue, pois seria um retrocesso, num momento em que as produções de musicais (mesmo em tempos de crise econômica) têm acontecido e vêm se mantendo com casas cheias, gerando emprego, renda e pagando impostos. Falando de nosso espetáculo, as perspectivas e possibilidades são as melhores possíveis, dado o interesse natural que temos notado a nível de público e investidores.

B!: Para o mercado local, atores e pessoas ligadas ao staff de produção, o que representa este projeto?

MM: Representa muito. A realização deste projeto abrirá portas para outras tantas produções também trilharem seus caminhos. Sorocaba é um grande celeiro de atores, bailarinos e músicos e a produção de “Grease” trará consigo o treinamento e preparo técnico e artístico necessários para a realização de outras produções. Também possibilitará o desenvolvimento e criação de funções hoje bastante difundidas no meio de teatro musical, mas pouco conhecida em produções teatrais e de dança, como é o caso dos “gerentes de palco”, “visagista” e funções administrativas e de produção. 

B:! Muitos atores que hoje despontam em cena, vieram não necessariamente de grande capitais e conquistaram o grande público.  Como você vislumbra essa oportunidade para o elenco e a produção a partir deste lançamento?

MM: Como bem disse; uma grande oportunidade. Através de nossos cursos técnicos preparamos nomes como o de Lia Canineu  que hoje integra o elenco do musical Cinderella e Ana Sobanski que está se especializando na área de stage manager na SP Escola de Teatro dentro outros tantos alunos. Hoje contamos com metade do elenco necessário para a nossa produção, o qual vem sendo treinado nas áreas de canto, dança e expressão teatral. Nos sentimos muito felizes e honrados por introduzirmos novos nomes no cenário do teatro musical brasileiro, que brilharão neste e em outros espetáculos ao longo de suas carreiras. Eu sempre digo aos meus amigos de profissão: sempre chega o momento de dar o próximo passo… Precisamos ter a coragem de atravessar portas e fronteiras. Estamos vivendo exatamente este momento.

B!: Sobre o processo da versão brasileira, que detalhes você pode nos dar, principalmente sobre as letras e canções?

MM:A tradução está a cargo de Izabella Weiss, atriz que integra o elenco, sob minha supervisão. Também estou realizando as novas versões das músicas, num trabalho bastante minucioso de prosódia, pois no inglês pode-se comunicar muitas idéias com frases curtas, sendo que não acontece o mesmo na língua portuguesa. O processo tem sido muito divertido e participativo, com o envolvimento de toda a companhia no encaixe das letras. Mais de 90% das canções já estão prontas e o resultado final está ficando excelente.

B!: Qual a expectativa para a estreia em SP?

MM: A melhor possível! Estamos ansiosos para mostrar nosso trabalho ao público da capital, que tem se tornado extremamente crítico e exigente nos últimos anos. Será nossa estréia para o grande público de São Paulo e estamos fazendo o melhor em matéria de produção e elenco, com muitas surpresas e inovações que certamente trarão um novo brilho a esta grande produção.

As empresas que desejarem maiores detalhes a respeito do projeto “Grease – O Musical”, planos de quotas e Lei Rouanet, podem entrar em contato através do e mail entreatus@uol.com.br ou dos telefones (15) 3202.6622 ou 99113.5658 com Marcello Marra para agendamento de reunião.

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Cláudio Martins

Há mais de 10 anos, Fundador do A Broadway é Aqui! Jornalista com especialização em Marketing

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Um Comentário

  1. OLA MEU NOME É GUSTAVO GUIMARÃES TENHO 30 ANOS SOU MUSICO SAXOFONISTA HA 15 ANOS TRABALHO PROFISSIONALMENTE E ESTOU TOCANDO O MUSICAL GREASE DESDE O DIA 18/11 AO DIA 25/11 NO COLÉGIO ALBERT SABIN – SP LOCALIZADO NO BAIRRO PARQUE DOS PRINCIPES ZONA OESTE OK ?
    NCLUSIVE CONSEGUI E TENHO TODAS AS PARTITURAS TANTO DA BANDA (PIANO, GUITARRA BAIXO, BATERIA) COMO DAS MADEIRAS E METAIS (FLAUTA, SAXOFONES, TROMPETE E TROMBONE) GOSTARIA MUITO DE PODER PARTICIPAR TBM DESSE PROJETO COM VCS NO PROXIMO ANO OK ?
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