“Ótimo para as crianças. Melhor ainda para os adultos”. É assim que se define o espetáculo “Meu Amigo, Charlie Brown”, uma produção da Broadway sobre a turma do Snoopy, que após seis anos, desde sua estreia no Brasil, retorna este sábado, 05, ao mesmo palco, do Teatro Frei Caneca, em São Paulo, para uma nova temporada.
Adaptado por Clark Gesner, baseado na segunda versão de “You’re a Good Man, Charlie Brown”, a comédia musical com os clássicos personagens da tira de jornal Peanuts, ou Minduim, criados em 1950 pelo escritor e cartunista americano Charles Schulz, chegou ao circuito Off-Broadway em 1967, e ganhou um revival oficial na Broadway em 1999, garantindo diversos prêmios e indicações.
A HISTÓRIA
“Um dia normal na vida de Charlie Brown”. Assim os autores resumem a história deste musical. Um dia recheado de pequenos momentos da vida de Charlie Brown; do Dia do Amigo à temporada de beisebol, do extremo otimismo ao desespero total, tudo isso misturado à vida de seus amigos e colocado juntos num único dia, de uma linda e incerta manhã a um pôr do sol cheio de esperança. O universo de Charlie Brown se caracteriza pelo humor delicado e melancólico, com personagens inteligentes, sensíveis, mordazes e criativos que provocaram uma revolução no mundo das histórias em quadrinhos. Afinal, o protagonista é um menino cheio de preocupações e com algumas frustrações; Schroeder vive debruçado ao piano e tem Beethoven como herói; Lino não desgruda de seu cobertor; Lucy tem uma banca de analista; Sally, a irmã mais nova de Charlie Brown, vive num dilema escolar e Snoopy é absolutamente extraordinário. Todos personagens refletem sobre a simplicidade e a complexidade do cotidiano, além de questionarem e tentarem entender tudo que os rodeia. A dramaturgia e a música propõem o encontro do menino Charlie Brown com o mundo que o cerca, e sua constante busca pelo significado das coisas e dos sentimentos.
Com apenas seis atores no elenco, sendo eles Leandro Luna como Charlie Brown, Tiago Abravanel como Snoopy, Mariana Elisabetsky como Sally, Mateus Ribeiro como Linus, Paula Capovilla como Lucy e Guilherme Magon como Schroeder, o diretor e coreógrafo Alonso Barros explicou durante a coletiva de imprensa, realizada na última terça, 02, que, diferentemente da maioria dos espetáculos de teatro musical, este não exige um grande número de pessoas em cena para os 13 números musicais de um ato: “No universo do Schutz você não vê outros personagens além dos que estão ali. Se fosse um musical comparando com o filme, que tem vários personagens, aí sim, colocaríamos um povão e seria um outro musical, mas neste não, são apenas seis, seis pessoas que valem por 30, porque eles são solistas, são coro, eles dançam bastante, eles são tudo, e é muito difícil, porque cada personagem é muito bem elaborado, musicalmente também, e cada solo é porreta – pode parecer fácil, mas não é”.
Com texto, letras e músicas de Clark Gesner, músicas e letras adicionais de Andrew Lippa, versão brasileira de Mariana Elisabetsky, direção musical de Sandro Silva, cenografia dos irmãos Chris e Nilton Aizner, figurinos de Jô Resende, designer de Som de Tocko Michelazzo e de luz de Paulo César Medeiros, o musical fica em cartaz até 24 de abril, no teatro do Shopping Frei Caneca, com sessões aos sábados e domingos, e ingressos à R$80.