Conheça a trajetória de Beto Sargentelli
Assim como muitos em sua área, Beto Sargentelli começou cedo no caminho artístico, aos 12 anos. Hoje, mesmo sendo jovem, o rapaz coleciona trabalhos em espetáculos musicais conhecidos internacionalmente, como “Mamma Mia” e “A Família Addams”, que desembarcaram no país nos últimos anos. Recentemente, o ator assumiu o personagem Burro Falante, em “Shrek – O musical”, e demonstra novamente o lado cômico de sua carreira como ator. Conheça sua trajetória nessa entrevista especial para o “B!”.
B!: Quando começou o seu interesse pelo teatro?
Inicialmente gostaria de saudar os leitores e agradecer ao site “A Broadway é Aqui” pelo carinho de sempre! … Acredito que pelo fato de eu ter crescido em uma família onde quase todos são artistas (atuantes ou não), meu interesse pela arte começou bem cedo. Aos 12 anos já dedilhava o violão, aos 13 já cantarolava e também com esta idade, atuei em meu primeiro filme publicitário. O interesse específico por teatro começou por volta dos 14 anos, quando entrei em meu primeiro curso de teatro.
B!: Quando você começou no teatro, já imaginava que boa parte de sua carreira seria direcionada para o universo dos musicais?
Sim e não! Quando comecei eu era bem jovem, tímido e naturalmente inexperiente, não imaginei que esta seria minha profissão! Mas não demorou muito pra eu me apaixonar e mergulhar de cabeça. Lembro que no ano em que eu iria prestar o vestibular, todos os cursos que eu havia pensado em fazer durante o colegial foram totalmente esquecidos, eu já estava fazendo teatro em três lugares diferentes e não pensava em outra coisa, queria fazer Artes Cênicas! Dito e feito, me formei em Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes em 2011.
B!: Qual foi o primeiro musical que você fez?
O primeiro musical profissional que fiz foi com a Cia. Nacional de Teatro Musical e chamava-se “Nos Embalos da Jovem Guarda – Show”. Essa estréia foi muito especial, por se tratar de um musical brasileiro, por termos uma equipe maravilhosa e cheia de vontade de fazer acontecer, pelo Teatro (Teatro dos Arcos), pela direção de Marllos Silva e pela supervisão artística do já falecido e grande homem do teatro brasileiro, Zé Renato (José Renato Pécora). Fiquei obviamente nervoso, mas estava tão compenetrado em meu objetivo que não sobrou tempo de temer nada. Tivemos uma temporada de sucesso no Teatro dos Arcos e outra no Teatro Folha e desde então guardo o projeto e as pessoas com muito carinho em meu coração.
B!: Entre os espetáculos que constam em sua carreira, se destacam alguns clássicos como “Into the Woods”, e grandes sucessos como “Mamma Mia” e “A Família Addams”. Para você, como foi a preparação e a experiência de fazer parte desses grandes espetáculos?
“Into The Woods” é um clássico musical de ninguém menos do que o renomado compositor Stephen Sondheim e foi uma grande honra conhecer e executar esta obra, principalmente fazendo o menino “Jack”, no Brasil “João” e o pé de feijão, que é um personagem muito especial e que possui uma das músicas mais complexas e belas do musical (Giants In The Sky)! A execução do projeto foi prorrogada por falta de recursos e acabei realizando-o posteriormente à minha temporada no primoroso, premiado e inesquecível para mim ,”Meu Amigo Charlie Brown” realizado pela Produto Final Produções Artísticas e Luna Produções Artísticas. Já em “Mamma Mia!” pela T4F , fiz meu primeiro musical no formato franquia, onde a produção vinha completa (Texto, Música, Cenografia e Direção) ao Brasil.
A equipe criativa era internacional e o espetáculo era montado de maneira exatamente igual ao musical em cartaz na Broadway, foi muito elucidativo, era maravilhoso ver a rapidez com que o espetáculo era levantado e a organização dos espaços de ensaio! No ano seguinte em minha segunda vez trabalhando em uma franquia, fiz parte do elenco principal do musical “A Família Addams” também pela T4F, que possuía um time dos sonhos e que conquistou o “Prêmio Aplauso Brasil” de Melhor Elenco de Teatro! O processo foi ainda mais gostoso, pois dei vida ao Lucas Beineke, o namorado “normal” de Wandinha Addams, e pude obter as direções do diretor e compositor originais da obra: Jerry Zaks que é simplesmente um mestre do teatro musical americano e Andrew Lippa que dispensa apresentações. O processo, o aprendizado e as temporadas foram sensacionais, além de ter sido um sucesso de público e crítica.
B!: A comédia está presente em alguns dos seus trabalhos mais importantes. E recentemente, você assumiu o papel do hilário Burro Falante, em “Shrek – O Musical”. Você acredita que tem facilidade de trabalhar com esse gênero?
Acredito que fazer comédia não é nada fácil, principalmente comédia de qualidade. Tive aulas específicas sobre o gênero na faculdade e profissionalmente tive grandes companheiros de cena que o dominavam com maestria. Procuro sempre me manter concentrado em contar a história de meus personagens, que nesses trabalhos específicos, são engraçados por si só. Foco também também em conceitos mais teóricos como o timing e a identificação do público (só rimos do que é essencialmente humano), haja vista que empresto minhas características humanas aos personagens (por exemplo, o Burro Falante que é engraçado pelo fato de falar como um humano e também por ter emoções humanas como a carência, teimosia, etc), mas sem esquecer de sempre manter a consciência de que o engraçado tem de ser o personagem e não o ator. Partindo destes princípios, venho obtendo resultados muitíssimo positivos neste gênero e mais recentemente com o personagem Burro Falante, que é realmente um presente para qualquer ator.
O que você pode compartilhar, baseado em sua experiência, com iniciantes no teatro musical?
Foco, perseverança e suor! Se você quer trabalhar como ator/atriz, tenha plena consciência de que o estudo é constante. Se quiser atuar em musicais, estude constantemente o triplo (Interpretação, Canto e Dança)! Busque sempre superar-se!
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