“As Mulheres de Grey Gardens” estreiam em temporada carioca
Estreia hoje, 15, na Sala Municipal Baden Powell, em Copacabana, “As mulheres de Grey Gardens – O Musical”, com as atrizes Suely Franco, no papel de Edith Bouvier Beale, a Big Edie, e Soraya Ravenle no papel de Edie, mais conhecida como Little Edie; O espetáculo que tem a direção de Wolf Maia conta a verídica história de duas ex-socialites, a tia e a prima de Jacqueline Kennedy Onassis, ex-primeira dama dos Estados Unidos, que entre as décadas de 40 e 50 foram reconhecidas e aceitas dentro da sociedade americana, lugares que perderam anos depois, na década de 70, quando mãe e filha quase falidas passaram a viver isoladamente durante mais de 20 anos em uma antiga mansão chamada “Grey Gardens”, localizada em East Hampton, litoral de Nova York e que dá nome a todas as obras, que nada mais são do que frutos do drama dessas duas mulheres, que sobreviveram de forma quase que miserável apoiadas em histórias, memórias e ilusões do passado. Mas por obra do destino, por conta de suas vidas influentes, em 1973 a mídia as descobriu, reclusas e isoladas por mais de 20 anos, e fez com que elas virassem notícia em todos os jornais americanos; Morando de forma deplorável, entre insetos e sujeiras, a falta de condições sanitárias em que as duas se encontravam acabou virando um escândalo quando seus nomes foram associados à Jacqueline, na época primeira-dama dos Estados Unidos, e nada mais restava a elas a não ser deixar a residência, mas antes que as coisas pudessem ficar ainda piores, a Sra. Kennedy Onassis tratou de socorrer suas familiares quando a história começou a vazar na imprensa.
Baseado em fatos reais, o drama virou dramaturgia pouco tempo depois de terem sido “descobertas”, mas antes de chegar aos palcos do mundo, ele foi tema de um famoso documentário homônimo, lançado em 1975, quando elas resolveram abrir as portas de casa para os documentaristas Albert e David Maysles. Após o sucesso polêmico, em 10 de fevereiro de 2006 ele chegou aos palcos em forma de musical, estreou no Off Broadway e pouco tempo depois, já estava a caminho da Broadway, assinado por East of Doheny, Staunch Entertainment, Randall L. Wreghitt/Mort Swinsky, Michael Alden e Edwin W. Schloss, todos em associação com o Playwright Horizons, o espetáculo agradou ao público e garantiu boas críticas; Escrito por Doug Whright, com músicas de Scott Frankel e letras de Michael Korie, foi indicado a 10 prêmios Tonys e entre eles, garantiu dois: um para a atriz Christine Ebersole e outro para a Mary Louise Wilson.
O assunto polêmico que já vinha impressionando em versões anteriores, ainda virou um telefilme da HBO, de David Maysles, Albert Maysles, Ellen Hovde, Muffie Mayer e Susan Froemke, com Drew Barrymore e Jessica Lange nos papéis principais, e por ele teve 17 indicações ao Emmy, de onde saiu com o prêmio de Melhor Filme feito para TV, Melhor Atriz em Filme para Jessica Lange, e Melhor Ator Coadjuvante em Filmes ou Minissérie para Ken Howard.
Agora, o musical chega ao país pela primeira vez para uma temporada que vai começar pelo Rio de Janeiro, com a versão brasileira de Jonas Calmon Klabin e versões adicionais de Claudio Botelho, a direção do espetáculo leva a assinatura de Wolf Maya, com texto de Doug Wright, direção musical de Carlos Bauzys e Daniel Rocha, melodias de Scott Frankel e letras de Michael Korie, além de contar com Marya Bravo como uma das colaboradoras na versão e adaptação brasileira e também na canção “Will You” (Você). Na orquestra, 17 músicos são regidos pelo maestro Juliano Dutra e no elenco, um time de grandes estrelas… Além da atriz convidada Suely Franco (Edith mãe no segundo ato), e da protagonista Soraya Ravenle (Edith mãe no primeiro ato e Edie no segundo ato), nomes como Pierre Baitelli, Carol Puntel, Mirna Rubim, Sofia Viamonte, Raquel Bonfante, Guilherme Terra, Thuany Parente, Sandro Christopher, Jorge Maya e Danilo Timm, sobem ao palco para contar e cantar uma das maiores e mais reais histórias do teatro musical.
Em entrevista especial, Soraya Ravenle, contou estar bastante feliz no novo trabalho, ela que foi sucesso em seu último trabalho, como Golda, em“Um Violinista no Telhado” (2012), se mostrou cheia de expectativas por fazer parte de um projeto como esse, que é histórico, polêmico, real e internacionalmente conhecido:
“É interessante o contraste de um musical “old- broadway” e outro absolutamente contemporâneo. Apesar da diferença dos temas e forma, eles tem em comum a excelência da dramaturgia e da música americana. É realmente assustador o domínio que eles tem do gênero. Tiro meu chapéu e aprendo muito participando de trabalhos tão fortes.
Esse, sem dúvida é meu maior desafio, pois são dois personagens, em épocas distintas, ligadas pelo sangue. Estou totalmente absorvida pelas Edies.
Absorvida também por um processo diferente, já que nosso diretor, Wolf Maya, não copiou a montagem americana. Ele partiu para uma criação própria e toda a equipe embarcou nessa viagem. Agradeço especialmente ao Jonas Klabin esse convite, pois “As mulheres de Grey Gardens” renovou meu amor pelo teatro musical”.
E sobre todo seu processo de preparação e envolvimento para viver essa famosa personagem, ela detalha:
“Como sempre: estudo, disciplina, dedicação de atleta para dar conta do desafio. Vocalmente é rico pois são duas personagens que falam e cantam de maneiras bem diferentes. Contamos com a preparação vocal de uma mestra: Mirna Rubin e de toda uma equipe primorosa!
Agora á abrir o pano e permitir que os Deuses do teatro nos abençoem!”.
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