
Em março o musical “Pippin” de Stephen Schwartz ( o mesmo criador de “Godspell” e o bem sucedido “Wicked“) ganhará o seu primeiro revival nos palcos da Broadway. A peça foi escrita por Schwartz enquanto ele ainda era um estudante e estreou em 1972, sob a direção do inesquecível Bob Fosse. O musical tem toda uma caracterização circense e rompe com o princípio da “quarta parede” (em linguagem teatral, é quando os atores interagem com o público, ao invés de simplesmente ignorá-lo como é o costume tradicional). A trama abre com um Mestre de Cerimônia contando a história do príncipe Pippin, filho do rei da França Carlos Magno, (ambos baseados nos personagens homônimos da Idade Média) em sua busca para encontrar um sentido na vida.
O musical teve indicações em todos as categorias do Tony Awards de 1973 e venceu em cinco delas: Melhor Atuação de um Protagonista Masculino em um Musical (pela performance do ator Ben Verren), Melhor Direção de um Musical e Melhor Coreografia (ambos de Bob Fosse), Melhor Cenografia (pelo trabalho de Tony Walton) e Melhor Iluminação (Jules Fisher). A produção abrirá previews no Music Box Theatre no dia 23 de março, traz como protagonista o ator Matthew James Thomas e uma mudança: o papel do Mestre de Cerimônia será encenado por uma mulher. Mas não qualquer mulher, e sim Patina Miller, que ganhou fama depois de protagonizar o musical “Sister Act“.

A peça fez sucesso durante a década de 1970, chegando a ter as canções “Magic To Do” (que abre o espetáculo), “Morning Glow” e “Corner of Sky” interpretadas por astros da música como Michael Jackson e os Jackson Fives e as The Supremes. O musical ficou em cartaz por cinco anos, chegando a quase 2.000 apresentações. Um dos aspectos revolucionários do show foi como inovou nas formas de comunicação, investindo em elaborados comerciais para televisão, dirigidos também por Bob Fosse.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=VBhWO67eweM]Nos Estados Unidos, Pippin já foi apresentando em New Jersey (2000), Los Angeles (2009), Kansas City (2012) e em Cambridge, no American Repertory Theater. Esta é a mesma produção que será apresentada na Broadway a partir de março. Também houveram apresentações em Londres (1973 e 2011) e a gravação do musical em vídeo, realizada pelo rede de TV Canadian Television, do Canadá, em 1981. A versão foi dirigida por Kathryn Doby, captain dance de Bob Fosse, contou com a presença de Ben Vereen no papel do apresentador, mas sofreu muitos cortes em relação ao espetáculo original.



Pippin também contou com uma montagem brasileira, em 1974, com Marco Nanini no papel do princípe e Marília Pêra como Mestre de Cerimônia. A atriz foi a primeira mulher a interpretar esse papel. A versão nacional foi dirigida por Flávio Rangel e apresentada no teatro Adolpho Bloch. O espetáculo atual é conduzido por Diane Paulus, que parece estar fazendo carreira ao conduzir revivals. Em 2009 ela foi a responsável pelo retorno de “Hair” à Broadway e em 2011 transformou a ópera dos irmãos Gershwin “Porgy and Bess” e um musical, recebendo o Tony de Melhor Revival de um Musical pelos dois espetáculos.

Neste ano, a dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho anunciou que fará uma remontagem do espetáculo no Brasil. Agora só nos resta ver a mágica que essa dupla tem para fazer e nos surpreender!
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