Especial DuB!agem: Giulia Nadruz

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Por Giulia Nadruz

“Eu adoro dublar, acho super divertido. Eu me formei em dublagem já faz bastante tempo, foi em 2009, no Rio de Janeiro com o Cláudio Galvan e a Flávia Saddy. Cheguei a trabalhar com dublagem, fiz algumas coisas pequenas e depois me mudei para São Paulo, ficando um tempo afastada da dublagem. Voltei com o trabalho da “A Bela e a Fera”, porque eles precisavam de uma atriz-cantora, e por sorte eu também era formada em dublagem. Eu fiz uma das últimas levas de teste para a personagem da Bela, e tive a sorte de passar.

Eles buscam sempre um timbre mais parecido possível como original, então eu dei sorte do meu timbre ser bem parecido com o da Emma Watson, e foi uma alegria muito grande porque eu sou fã dos trabalhos da Disney, dos filmes da Disney desde pequena e “A Bela e a Fera” era de fato o meu preferido de todos, daquele tipo que quando a gente é criança assiste mil vezes, acaba e coloca de novo. Era um sonho poder dar voz a uma princesa da Disney né e foi muito legal o trabalho porque, porque além das partes de cenas tinham as canções, que são lindas e tinham algumas canções novas também, a gente gravou em dois estúdios diferentes, a parte de diálogos foi em um estúdio da TV Group, em São Paulo, e as músicas gravamos em um estúdio enorme em Santo André, com uma pega mais de música, com mais infraestrutura, e foi uma experiência muito legal onde trabalhei com diretores incríveis, o Rodrigo Andreatto e o Nandu Valverde, que dirigiram as músicas e os diálogos respectivamente, certamente um trabalho que eu guardo com muito carinho, foi o trabalho que me fez voltar a dublar e começar a dublar aqui em São Paulo.

Depois que eu fiz o live-action surgiram algumas coisas da Disney, da Bella em desenho, e aí eu tive que fazer um segundo teste, dublando o desenho pra eles verem se a minha voz também combinaria com a personagem na forma de desenho animado e eu passei também nesse teste e atualmente eu sou a sua dubladora oficial da Bela em qualquer coisa que a Disney faça dela em desenho ou com Emma Watson se ela vir a fazer novamente alguma coisa como a personagem também.

Para mim, como atriz, é uma prática muito interessante de poder se treinar a passar toda a emoção necessária só através da voz. É um grande treinamento para qualquer ator poder praticar isso. A dublagem é uma habilidade muito específica, é diferente de você atuar em um espetáculo ou cantar, onde você tem um recurso da expressão facial e corporal. Existe uma questão que dificulta o trabalho que é você ter que sincronizar com a imagem, ter que dar a intenção certa como no original, mas sem falar com a musicalidade do idioma original, mantendo a intenção e trazendo para o idioma português, que é sempre bem diferente. Por isso muitas vezes a gente vê dublagens em que as pessoas ‘falam cantando’ de forma estranha, porque elas estão dando a musicalidade de um outro idioma. Ter que ouvir original enquanto dubla e sem se deixar contaminar por essa musicalidade, casando tudo com as respirações e os tempos, é um desafio. É ter um olho no peixe e outro no gato, um no texto e outro na tela, tem que treinar, estudar, para poder aprender e conseguir fazer um bom trabalho.

Depois de dar voz à Bela fiz também um outro grande trabalho com o “Piratas do Caribe 5″, dublei a Carina Smyth, que é uma das personagens principais. E embora não tenha canções nele, foi uma experiência muito legal porque teve uma pegada bem diferente, eu era uma mocinha, mas uma mocinha em um filme de ação, que ficava no estúdio gritando e era bem divertido. E coincidentemente eu fui dirigida pelo Fábio Azevedo, que foi o dublador da Fera no live-action, então foi tudo muito bacana”.

 

 

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