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“A Cor Púrpura” ganha versão nacional e estreia no Rio de Janeiro

FOTOS: Cynthia Salles

No momento em que a discussão sobre visibilidade e protagonismo social ganham destaque, um texto como o de “A Cor Púrpura – O Musical” cai como uma luva para estimular a reflexão. O premiado espetáculo teve sua estreia nacional no Rio de Janeiro no último dia 6, na Cidade das Artes, Rio de Janeiro, onde permanece em cartaz até o início de novembro.

À frente do elenco está Letícia Soares no papel de Celie, personagem que já foi interpretada por Whoopi Goldberg nos cinemas em uma adaptação cinematográfica dirigida por Steven Spielberg em 1985, responsável por alavancar o sucesso do romance de mesmo escrito por Alice Walker e que inspirou tanto o filme quanto o musical. Alice foi também a primeira escritora negra a receber um Prêmio Pulitzer justamente pelo texto de “A Cor Púrpura”.

A trama da protagonista é o pano de fundo para discussões tão atuais como o sexismo, racismo, lugar de fala e violência contra as mulheres. Em cena, o público acompanha a história de Celie, que vive no interior da Geórgia, sul dos Estados Unidos no início do século XX. Desde cedo, a jovem é abusada sexualmente pelo pai, afastada da irmã, forçada a se casar, agredida, mas encontra conforto em escrever cartas para sua irmã mais nova, Nettie, e Deus, que nunca chegam a ser enviadas. A escritora, com o propósito de dar mais realismo à obra, adota uma linguagem mais coloquial, até com erros gramaticais. A escolha foi também uma forma de denunciar a falta de educação formal ao qual as mulheres eram submetidas no passado.

O elenco é formado ainda por Jorge Maya, no papel do pai de Celie, Alan Rocha como Harpo, um dos filhos de Celie, Ester Freitas como a irmã caçula da protagonista, Nettie e Sérgio Menezes como Mister, marido de Celie e antagonista da história. As responsáveis por mostrar outro lado da vida para a sofrida personagem principal são Lilian Valeska, como Sofia e Flávia Santana como a cantora de jazz Shug Avery.

Montagem brasileira tem assinatura própria

Com versão de Artur Xexéo e direção de Tadeu Aguiar, o espetáculo ganhou ares diferentes da montagem da Broadway, sobretudo no texto e na concepção do design cênico. A tradução adotada por Xexéo foge em alguns aspectos da tradução do romance publicado no Brasi, como no nome do personagem “Mister”, que nos livros editados no Brasil ganhou uma versão como “Sinhô”.

O cenário talvez seja a maior mudança em comparação ao espetáculo da Broadway. A montagem brasileira ganhou ares de superprodução com ajuda da cenógrafa Natália Lana. O palco conta com uma casa giratória, inspirada na arquitetura tradicional local e que muda de acordo com a evolução da personagem ao longo da trama. Outra forma de marcar o passar o do tempo é uma escada construída ao longo da narrativa.

FOTO: Cynthia Salles

Ao todo, são usados 90 figurinos em cena, o que levou a produção a criar um verdadeiro atelier durante os ensaios na Cidade das Artes para a composição do vestuário do musical, que trânsita entre a simplicidade da “costura de casa” com o luxo da era do jazz.

FOTO: Cynthia Salles

Após a temporada carioca, o espetáculo já tem data de estreia para chegar à São Paulo. A Cor Púrpura inicia temporada na capital paulista no dia 6 de dezembro no Theatro NET São Paulo onde permanece em cartaz até fevereiro de 2020.

Serviço: A Cor Púrpura

Onde: Grande Sala da Cidade das Artes

Quando: 06 de setembro a 03 de novembro de 2019

Sexta: 20h30 às 23h

Sábado: 17h às 19h30 | 20h30 às 23h00

Domingo: 17h às 19h30

Quanto: De R$ 25,00 a R$ 200,00.

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Cláudio Martins

Há mais de 10 anos, Fundador do A Broadway é Aqui! Jornalista com especialização em Marketing

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6 Comentários

  1. Simplesmente fantástico,Xexéu e Tadeu deu + uma vez um verdadeiro show ( que já nos honro com o lindo Bibi,) e agora nos dá de presente este musical fantástico,com elenco afinatissimo,tudo perfeito,cenário,os atores,e difícil destacar um todos excelente + o tri e fantástico boa sacada da direção que aguardamos + musicais d sta dupla fantástica um grande abraço a todos e muita MERDA

  2. Foi noticiado, aqui inclusive, que a protagonista seria interpretada pela Jeniffer Nascimento. O que houve? Me parece obrigatório comentar essa mudança.

    1. Oi Mauro, tudo bem?

      Foi uma mudança por conta não comunicada oficialmente pela produção. Nas reportagens anteriores que realizamos mencionamos essa mudança de protagonista, mas como esta se trata de uma reportagem sobre a estreia, focamos nas informações mais recentes sobre o tema. Abs!

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