O B! esteve em uma das concorridas sessões do clássico “Anastasia – The New Broadway Musical,” e traz todos os detalhes da superprodução, em cartaz há pouco mais de um ano na Broadway!
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O musical “Anastasia”, de Terrence McNally, estreou na Broadway no primeiro semestre de 2017 e desde as previews, que aconteceram um mês antes da produção invadir o palco do Broadhurst Theatre, vem encantando, não só os espectadores ansiosos pela montagem musical da clássica animação da Fox Animation Studios, lançada em 1997, como também os desavisados que embarcam nessa viagem ao passado pela primeira vez.
O espetáculo baseia-se no conhecido conto da pequena princesa russa, perdida de cabelos ruivos, baseado na animação que foi sucesso na década de 90. Contudo algumas adaptações foram feitas para que o musical chegasse a sua versão final. A principal delas é a substituição do antagonista Rasputin, pelo general bolchevique Gleb Vaganov, interpretado pelo ator Max Vonessen. (Ainda falando sobre as diferenças entre a animação e o musical, a personagem que dá título ao espetáculo da Broadway, brilhantemente interpretada por Christy Altomare é apresentada ao público trabalhando nas ruas, e não saindo de um orfanato, como contado no clássico.)
O frescor e inocência que o papel da princesa perdida exige é facilmente alcançado e entregue por Christy. E isso é obtido, dentre outras coisas, pela pureza de sua voz e graciosidade de seus gestos. Com canções assinadas por Stephen Flaherty e letras de Lynn Ahrens, algumas que já existiam na história contada pelos estúdios Fox foram mantidas, o que faz com que o público fiel vibre ao som dos primeiros acordes de “Journey to The Past” ou “Once Upon a December”, belissimamente interpretados pela atriz. Porém, novas canções foram acrescentadas à história e escritas exclusivamente para o musical, trazendo um frescor para o clássico.
A parte cômica e que sem dúvida arranca gargalhadas do público, sempre que estão juntos no palco, fica por conta dos personagens Lily e Vlad, respectivamente interpretados por Caroline O’Connor e John Bolton, um casal que teve um envolvimento amoroso no passado e que se reencontra depois de muitos anos na tentativa de reunir Anya e a Imperatriz viúva, que é sua única família viva. Ele, conhecido pelo jeito picareta e pelos golpes em busca de alguns trocados ao lado do amigo Dmitry, e ela, dama de companhia da Imperatriz Maria, avó de Anastasia.
Mary Beth Peil, atriz que personifica a Imperatriz viúva, traz toda a graça e elegância dignas de um membro da realeza. Sua naturalidade e postura impecáveis trazem muita veracidade ao musical e é sempre prazeroso vê-la andar tão cheia de atitude e determinação pelo palco.
E por fim, Derek Klena, que interpreta o jovem malandro e ambicioso Dmitry, que ao lado de Vlad, anseia e busca de qualquer maneira uma forma de conseguir a recompensa que a Imperatriz oferece a quem encontrar sua neta desaparecida. Ele também é responsável pelo romance na história e traz todo o olhar perdidamente apaixonado e jeito desajeitado de quem dificilmente consegue esconder o que sente quando ama. A amizade que cresce entre ambos, até se transformar em amor, é costurada à trama muito sutilmente e de maneira orgânica, fazendo os espectadores torcerem pela reciprocidade desse sentimento, mesmo quando as coisas não caminham nesse sentido.
Um ponto positivo e que enche os olhos da plateia de admiração e encantamento são as projeções inteligentemente utilizadas durante a apresentação. Em alguns dos momentos em que Anya se recorda de seu passado glorioso, por exemplo, pode-se ver silhuetas luminosas de casais dançando pelas paredes de todo o teatro, fazendo com que o espectador se sinta parte da história. Os figurinos, de Linda Cho, também são um espetáculo à parte e, de fato, nos remetem aos grandes bailes vividos naquela época majestosa e repleta de brilho.
Depois que as cortinas se fecham ao fim do segundo ato, o olhar de deslumbramento estampado no rosto das pessoas e os aplausos fervorosos mostram que o musical foi uma aposta inteligente e satisfatória. O público sai encantado e feliz com a leveza e desfecho do musical.
Na saída, uma loja com os produtos oficiais pode ser visitada e a fila pra que os produtos que vão desde chaveiros brilhantes e com itens que remetem à história, e camisetas com algumas frases clássicas das canções principais, até programas de luxo com fotos do show e croquis dos figurinos, é inevitável. A clássica caixinha de música, que serve de guia para que o encontro entre a neta desaparecida e sua avó seja possível, também pode ser adquirida por lá, bem como o cd com a trilha sonora que embala o musical.
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