B!NewsEntrevistasExclusivoMusicaisMusicalMusical BrasileiroSão Paulo

Com Fause Haten e André Cortada, musical “Lili Marlene” estreia em São Paulo

Chega ao palco do Teatro Eva Herz, localizado dentro da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, o espetáculo musical “Lili Marlene”, que conta a história do Lili, neto da atriz hollywoodiana Marlene, famosa nos anos 30, que, rejeitado pelo pai ainda pequeno, foge de casa aos 13 anos e após cinco se vê morando em Paris, fazendo sucesso ao dublar sua avó pelos palcos da cidade, ocultando seu parentesco.
Com uma vida cheia de altos e baixos, aos 30 anos, já morando nos Estados Unidos, se tornou sacerdote de uma religião, fase esta que não durou muito tempo, rendendo um relato de sua saga.

Fause lilimarlene
Fause Haten é Lili Marlene – Foto: Paulo Cabral

Para contar essa história o artista autodidata Fause Haten se apresenta ao lado do maestro e compositor André Cortada, e juntos se dividem na maioria das funções da produção. No primeiro projeto da dupla, Haten se apropria da direção, texto, letras, cenários e figurinos, enquanto Cortada assina a direção musical, músicas e arranjos. E sobre essa experiência, de se auto dirigir musicalmente, ele conta como foi o processo:

“Realmente às vezes me sinto meio octopus, pois existem muitas trocas rápidas de instrumento, do piano para a guitarra, e ainda tenho que dar as entradas da banda e acompanhar o Fause em cena. A auto direção é um negócio delicado mesmo, mas tive ao meu lado também os talentos do baixista Gabriel Conti e do percussionista Raphael Coelho, e quando ficava em dúvida com alguma linha ou ideia musical que estava criando, me apoiava completamente na opinião deles. Para mim isso deixa o trabalho muito mais prazeroso, especialmente porque confio plenamente na minha equipe e tenho liberdade para interpretar as cenas musicalmente, junto com o Fause. Isso deixa o espetáculo com uma dinâmica viva e interessante e foi o caminho que decidimos tomar”, explica Cortada em exclusiva ao B!.

Com canções originais, o diretor musical que diz não saber falar sobre estilo por não gostar de formatos engessados, define a trilha como forte e dramática, passeando pelo universo do Pop, Rock e até da música contemporânea. As letras, escritas quase sempre rapidamente, sendo algumas à quatro mãos, chegaram a surgir de processos onde Haten – responsável pela maior parte delas -, as apresentava rabiscadas, porém já sabendo o que queria dizer em cada cena, facilitando assim o processo de criação.

Lili Marlene

“Muita gente não sabe que sou formado em composição erudita e fiz especialização em trilha sonora, então trabalho muito com leitmotifs e células simples que se repetem e se transformam de acordo com o contexto. Ao mesmo tempo que temos temas repetitivos e com intervalos pequenos de meio tom, por exemplo, temos alguns muito líricos e delicados. O Fause é barítono bem grave e isso influencia bastante as composições também. Tive a oportunidade de poder criar junto com os músicos e já ir testando em prática os arranjos, algo que raramente podemos fazer, inclusive com MUITA inspiração que vinham deles mesmos, que sugeriam grooves muito loucos (acho que a loucura era mais minha mesmo rs ,mas eles realizavam)”, avalia Cortada.

E sobre sua múltipla função, estando à frente do espetáculo não apenas musicalmente, mas também como ator, ele, que faz pontuações cênicas como um repórter, um apresentador e o dono da boate onde o Lili fazia shows travestido em Paris, apresenta melhor sua personagem: “O Lili teve que lidar com muitos tipos inescrupulosos na vida dele. O meu personagem era agente dele, e queria que ele transformasse o corpo dele pra fazer programa e ganhar mais dinheiro, pois os homens da época gostavam de corpos femininos. Não necessariamente porque ele é malvado, mas porque simplesmente vê a vida como ela é e não tem esses dilemas morais.

Em termos de atuação, para ele, tento deixar o mais natural possível, quase como se fosse o André Cortada mesmo que queria todas aquelas coisas. Estamos trabalhando com uma estética bem realista em algumas horas”, explica.
Bastante animado e satisfeito com a realização e o resultado do projeto, que estreia na próxima terça, 16, André adianta ainda que a parceria Haten & Cortada segue em frente: “Estamos com toda a sinopse do próximo trabalhada e logo começaremos a escrever as canções. Não posso entrar em detalhes, mas adianto de antemão que vou protagonizar e vai ser muito pessoal”, finaliza.

SERVIÇO:

Onde: Teatro Eva Herz – Livraria Cultura – Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073 – Bela Vista
Terça a sábado, das 14h às 21h. Domingos das 12h às 19h.
Quando: 16 de Maio à 28 de junho a Terça e Quarta às 21h
Quanto: R$60
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
Vendas: Bilheteria Local ou Ingresso Rápido

 

 

Mostrar mais

Grazy Pisacane

Jornalista Cultural e Assessora de Imprensa, especializada há 10 anos no mercado de teatro musical.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
error: Conteúdo Protegido!