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Amanda Acosta fala sobre seu espetáculo “Alô, Alô, Theatro Musical Brazileiro”

Conhecida desde a década de 80, quando integrou o grupo musical Trem da Alegria, Amanda Acosta já pôde ser vista em todos os tipos de arte em seus mais de 30 anos de carreira, com passagens pelos palcos, TV e cinema; Muito lembrada por sua Elisa Doolittlte, da montagem de 2007 do clássico “My Fair Lady”, dirigido por Jorge Takla, traz também em seu currículo as experiências nos musicais “Grease”, “Essa é a Nossa Canção”, “Baby”, e mais recententemente, o premiado “4 Faces do Amor”, de Tadeu Aguiar. Tendo a música como uma de suas principais expressões, Amanda encontrou através dela uma forma de contar ao público um pouco mais sobre a história do teatro musical, que ao contrário do que muitos pensam, vai além da referência de um produto importado.

Dessa necessidade de apresentar mais fatos ao público, nasce “Alô Alô Theatro Musical Brazileiro”, um musical que transitará por diversas fases, partindo do final do século XX, e chegando até 2016, e em entrevista exclusiva ao B!, ela conta detalhes dessa ideia, que chega ao Teatro Morumbi Shopping, em São Paulo, à partir de 04 de abril, com a sua assinatura na direção, junto da de Kleber Montanheiro, parceiro também em outras ideias do projeto, como o roteiro e a escolha do nome, abrasileirado, porém com um toque diferenciado na grafia.

“No ano passado o Kleber Montanheiro me convidou para abrir o projeto “Cabaré Solo” na Cia da Revista, um espaço para atores-cantores apresentarem músicas de musicais. Foi aí que surgiu a vontade e a necessidade de homenagear o nosso teatro musical, pegando uma música de cada década. Falei sobre a ideia com ele e aí começamos a escolher e a elaborar o roteiro. O Kleber sugeriu o nome e eu achei maravilhoso! O nome é um chamado!! Além de ser uma homenagem a um dos grandes diretores do teatro brasileiro, Luís Antônio Martinez Corrêa, o nome mostra também na escrita a mistura do antigo com o novo.”, conta ela.

Juntos, a dupla mergulhou em um estudo histórico cultural importante, que se aplicaria a todos os detalhes, inclusive na escolha dos figurinos, e sobre este processo cuidadoso e curioso, que deu forma ao show, Amanda explica: “Buscamos as músicas em um teatro de revista de cada década até 1950 e um musical de cada década a partir daí. A primeira revista brasileira foi encenada em 1859, “As Surpresas do Sr. José da Piedade” de Justiniano de Figueiredo Novaes. Outras revistas foram escritas por Arthur Azevedo e outros dramaturgos até 1890, mas há uma grande dificuldade de encontrar partituras das músicas dessas revistas. Por esse motivo optamos por começar a partir de 1890. O show é entremeado por breves relatos e curiosidades sobre a música e a peça em que está inserida. No figurino há pequenas alterações no decorrer do show para pontuar algumas mudanças de fases. O  sotaque de determinada época na fala e no canto também ajuda a embalar e a situar o público na história”.

Se dividindo entre as funções de criar, assumir o palco e se auto dirigir, a multitalentosa ‘cantriz’ define o processo de poder concretizar o que se desenha dentro da mente como maravilhoso, e conta que as inspirações e as idéias foram surgindo durante o processo, revelando que o casamento artístico com Kleber – responsável também pelo figurino e iluminação – vem sendo incrível!  É uma delicia a nossa sintonia, ele dirige o show comigo e é um diretor muito sensível e firme, além de um grande artista brasileiro, um grande conhecedor do nosso teatro musical, e um grande amigo.

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Amanda Acosta – Foto: Divulgação

A produção, que é realizada pela Acosta Produções Artísticas & Terence Produções, traz na ficha técnica o visagista Anderson Bueno, o aderecista Paulo Bordhin, nos adereços de cabeça, e os músicos Demian Pinto nos arranjos e ao piano, e Daniel Baraúna na percussão.

Conheça o repertório:

1- O Mugunzá  ( F. de Carvalho, arranjos de Nicolino Milano)  Revista: “Tim-Tim por Tim-Tim” de Souza Bastos de 1892
2- Corta Jaca (Chiquinha Gonzaga e Machado Careca)  Revista: “Cá e Lá” de Tito Martins e Bandeira de Gouveia de 1904
3- Feijoada do Brasil (Chiquinha Gonzaga) Revista: “Forrobodó” de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt de 1912
4- Linda Flor (Henrique Vogeler e Luiz Peixoto) Revista: “Miss Brasil” de Luiz Peixoto e Marques Porto de 1929
5- No Rancho Fundo ( Ary Barros e Lamartine Babo)  Revista: “É do Outro Mundo” de J. Carlos de 1930
6- Na Batucada da Vida (Luis Peixoto e Ary Barroso) Revista: “Disso é que Eu Gosto!…” de Miguel Orrico, Oscarito Brennier e Vicente Marchelli de 1940
7- Sassaricando (Luiz Antônio, Zé Mario e Oldemar Magalhães) Revista: “Eu Quero Sassaricá!” de Freire Jr., Lúis Iglésias e Walter Pinto de 1951
8- Zambi no Açoite (Edu Lobo) Musical “Arena conta Zumbi” de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal de 1965
9- Basta Um Dia (Chico Buarque) Musical “Gota d’Água” de Chico Buarque e Paulo Pontes de 1975
10- Tango de Nancy (Chico Buarque e Edu Lobo ) Musical “O Corsário do Rei” de Augusto boal de 1985
11- Têmpera (Gonzaguinha) Musical “Elas por Ela” de Marília Pêra de 1990
12- Ode aos Ratos (Chico Buarque e Edu Lobo) Musical “Cambaio” de Adriana Falcão e João Falcão de 2001
13- A Análise da Água (Ricardo Severo) Musical “Um Dez Cem Mil Inimigos do Povo” de 2016, adaptação de Cassio Pires para a peça de Enrik Ibsen “Um Inimigo do Povo”.

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SERVIÇO:

Onde: TEATRO Morumbi Shopping
Av. Roque Petroni Júnior, 1.089  Jardim das Acácias, São Paulo
Telefone: (11) 5183-2800
Quando: de 04 a 25 de abril de 2017 – Terça, ás 21h
Quanto:
R$ 50,00
Capacidade: 250 lugares
Duração: 70 minutos
Classificação etária: 14 anos

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Grazy Pisacane

Jornalista Cultural e Assessora de Imprensa, especializada há 10 anos no mercado de teatro musical.

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