Inspirado em clássico, “Minha Adorável Verde Vida” ensina a lidar com a diferença
Os personagens em sua maioria são grandes conhecidos do público. Afinal foram eternizados pelo filme ” O Mágico de Oz”, e pelo hit da Broadway “Wicked”. Mas, afinal, como colocar estas personas tão queridas dos fãs em um novo contexto e ainda trazer uma mensagem para, principalmente, as crianças? É com essa configuração de peças que “Minha Adorável Verde Vida” ganha uma nova temporada em 2015, após sua estreia no mês de janeiro. De casa nova, o musical chega ao Teatro Clara Nunes com músicas e novos rostos no elenco.
Em cena, é apresentada a história das irmãs Lilás e Esperança, que tem a pele esverdeada. As duas ficam órfãs e vão viver em um orfanato onde tem que lidar com um grupo de crianças e uma diretora tirana que não compreende a diferença e a hostiliza por desconhecê-la. É nos braços na governanta do orfanato que as duas encontram algum refúgio e um novo amigo, um “leão medroso”, criado longe dos olhos da comandante da instituição.
Mais do que apresentar figurinhas já conhecidas, Minha Adorável Verde Vida traz um respiro ao teatro musical carioca, por se tratar de um espetáculo com uma trilha sonora própria, algo até certo ponto inusitado no contexto atual. As canções foram pensadas especialmente para o espetáculo a partir da necessidade de sempre criar algo novo. Pode parecer maluquice, mas sempre tentamos fomentar o ineditismo, pois acreditamos que muitas coisas novas ainda serão criadas. Com o auxílio do Maurício Alves, que escreveu e dirigiu a peça, o Altair Araújo compôs as musicas e o André Sigom, que interpreta o Leão, criou a música no final do espetáculo. Influências são inúmeras, desde jazz em um número de sapateado até a brincadeira com o famoso belting de Idina Menzel em “Wicked”, conta Julia Morganti, da Cerejeira Produções e integrante do elenco.
O ineditismo tem sido a marca desta nova produtora no Rio de Janeiro, que se lançou com o espetáculo “Rapsódia”, um musical com dramaturgia e composições próprias, que ficou em cartaz em 2013 no Teatro Solar de Botafogo. Agora, a companhia volta os seus olhos para uma produção infantil, após o sucesso de crítica da peça “A admirável consciência de uma azarada“, também com texto de Maurício Alves, um dos sócios fundadores da Cerejeira. “Nós somos fãs de grandes musicais infantis! E tivemos a oportunidade de levar aos palcos, com a ajuda de um elenco afiado, um espetáculo lindo e ao mesmo tempo desafiador. Após trabalharmos com muitas peças adultas, estávamos com muita vontade de nos aventurar no universo infantil, pois afinal eles são os futuros formadores de plateia”, celebra Julia, após o bom desempenho da primeira temporada do musical no Solar de Botafogo.
“Realmente tivemos uma receptividade que não podíamos imaginar. Claro que sempre queremos obter o sucesso com um projeto, mas o carinho do público está sendo um ponto forte para seguirmos com o espetáculo. Recebemos muitas mensagens de mães que assistiram o espetáculo dizendo que seus filhos aprenderam lições valiosas, como aceitação e respeito ao próximo. Não existe nada mais gratificante do que isso!” comenta Maurício Alves, autor do texto.
