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Conheça “A Pequena Loja dos Horrores”, nova produção dos alunos da UNIRIO

O núcleo de Artes Cênicas da UNIRIO vem se mostrando um verdadeiro celeiro de novos artistas, principalmente para o universo do teatro musical. A instituição é uma das poucas a ter disciplinas orientadas para este gênero, muito trabalhado em escolas particulares de interpretação no Rio de Janeiro.

Após o sucesso estrondoso de “The Book of Mormon“, que encerra sua temporada neste mês, outra nova produção já entrou em cartaz na cidade: o musical “A Pequena Loja de Horrores“, protagonizado pelo e dirigido por Gustavo Fonseca, aluno da universidade. O projeto é orientado pela Prof. Dra Jane Celeste Guberfain e também caracterizado como montagem acadêmica.

pequena

“A Pequena Loja de Horrores” é a versão brasileira de “Little Shop of Horrors“, um espetáculo off-Broadway, que ganhou as telas do cinema em 1986, com destaque para a atuação de Rick Moranis no papel de Seymour, o pobre nerd que trabalha em uma floricultura e encontra uma planta carnívora que muda sua vida. Em 1989, Claudia Raia trouxe o espetáculo para país, que teve o casal de protagonistas interpretado por Stella Miranda e Tadeu Aguiar. No exterior, após muitas temporadas no circuito alternativo, o musical chegou à Broadway apenas em 2003, onde permaneceu durante pouco tempo. Nesta produção, todo o trabalho com cenário, figurino e a montagem de Audrey II (a planta carnívora que canta durante o espetáculo) foi realizado pelos alunos, com base em muito suor e coragem.

FOTO GUSTAVO
Gustavo Fonseca, diretor da montagem

A idéia de trazer a Audrey II a vida era algo estranho e interessante. Conversando com alguns amigos da UNIRIO que também gostavam bastante deste espetáculo, logo todos compraram a idéia e começamos a desenvolver o projeto e a ensaiar. No decorrer do processo muitos desses amigos que faziam parte do elenco foram convidados ou aprovados para outras grandes produções e voltamos ao ponto de partida. Neste momento, a Prof. Dra. Jane Celeste, que sempre me deu suporte, não me deixou desistir. Fizemos novas audições e encontramos um novo elenco para compor a equipe, só que agora todas as personagens tinham alternantes/stand-in. Se eu mesmo não colocasse a mão na massa, ou melhor, em arames, canos, colas, espumas, não teríamos a estrela do musical a tempo da estréia. Sem a ajuda dos atores Caio Passos e Thiago Franzé, (que alternam entre si o papel de ORIN) seria impossível realizar este espetáculo”, conta Gustavo Fonseca, idealizador do projeto e intérprete de Seymour. O elenco final é formato por 17 atores, que se alternam nos papéis. São eles Aline Guioli, Amanda Ramos, Barbara Sut, Caio Passos, Dennis Silva, Felipe Mariano, Guilherme Neto, Maíra Garrido, Luiza Cesar, Michelle Rocha, Nando Costa, Pedro Ruivo, Rennato Cinelli, Sarah Santana, Sharah Ezequiel, Suzana Santana e Thiago Franzé.

Assim como outros musicais, há uma necessidade de altos investimentos para que a produção seja executada, situação que contrasta com a realidade de uma montagem acadêmica. Para lidar com os custos com microfones, construção de cenários e material de som, os integrantes do elenco venderam lanches como forma de captar verba para a produção. “Quando dizemos que não demos nosso suor, e sim o nosso sangue para realizar este trabalho não estamos fazendo apenas um trocadilho com a temática. Nos últimos dias o elenco inteiro colaborou de alguma forma para que pudéssemos dar os últimos acabamentos nas plantas” lembra Gustavo.

Para que o espetáculo tenha o tom que agrade ao público carioca, o jovem diretor foi em busca de quem tem experiência. Contatou o próprio Tadeu Aguiar, integrante da montagem de 1989, que compartilhou histórias sobre a peça, além de orientar dar orientações para a produção. Segundo ele, Tadeu evidenciou que este musical pede um ambiente intimista, em um teatro de porte menor, diferente da montagem que o ator participou, apresentada no Teatro Tereza Rachel, hoje Theatro NET Rio.

O texto do musical foi traduzido por Beatriz Casarotto, que contou com a intervenção de Gustavo para deixá-la o mais próximo possível da realidade brasileira, sem se distanciar muito da obra original. As canções também foram versionadas por Gustavo, que teve a ajuda do elenco para propor alterações que trouxessem algo divertido para o público. “A expectativa quanto as versões brasileiras é sempre otimista. Os atores ficaram à vontade para propor alterações com frases mais divertidas ou piadas sutis que fossem atemporais e acessíveis a um público geral. Estabelecemos uma relação quase “colaborativa” conta o ator.

 

rickE quem quiser conferir como está crescendo a pequena Audrey II, terá que assistir o musical, que tem ingressos gratuitos, com senhas distribuídas com uma hora de antecedência.”A Audrey II está cada dia que passa maior. Novos adereços são acrescentados a cada dia e ela está estranha e interessantemente linda. Costumamos dizer que para um grupo de atores sem experiência com confecção de bonecos, fizemos um ótimo trabalho na confecção da personagem mais complexa deste espetáculo. Esperamos que o público sinta uma variação de sentimentos que vá da afeição ao medo. Esperamos de coração que as crianças se assustem. Assim poderemos saber se o nosso termômetro está funcionando

“A Pequena Loja dos Horrores” fica em cartaz de terça à sábado, às 21h, até 20 de setembro.

Local: Sala Paschoal Carlos Magno – UNIRIO
Av. Pasteur, 436, Urca – RJ

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2 Comentários

  1. Maravilhoso espetáculo, assisti e fiquei super contente com a capacidade que os atores e a produção tiverem de transformar tão pouco, os recursos, em tanto! Estão de parabéns e pretendo voltar para assistir, viciei hahaha

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