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Bate-papo com André Latorre, diretor da montagem acadêmica de “Rocky Horror Show”

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André Latorre, diretor da montagem universitária de “Rocky Horror Show” // FOTO: Bob Sousa

Com 12 anos dedicados ao teatro, o ator e diretor André Latorre comemora o sucesso de mais uma montagem universitária em São Paulo. Responsável pela adaptação recente de “Rocky Horror Show” em cartaz no Teatro Ruth Escobar, Latorre conta com 30 espetáculos em sua carreira, 13 deles sendo obras dedicadas ao teatro musical. O ator compartilha nesta entrevista exclusiva um pouco do processo de construção deste espetáculo, estrelado por alunos da Cia Instável de Teatro integrantes da Faculdade Paulista de Artes.

A Cia. Instável de Teatro já montou textos nacionais no início de nossa trajetória. Depois de um tempo enveredamos para o teatro musical porque percebi que o mercado deste gênero estava em alta, pedindo atores com uma formação mais completa. Assim começamos a fazer musicais e já fizemos muitos deles, sempre escolhendo textos onde tenhamos muitos papéis para serem distribuídos, pois temos elencos enormes. A ideia surgiu de uma reunião de levantamento de textos possíveis e com produção viável”.

Segundo o diretor, o espetáculo tem lotado a sala onde está em cartaz e agradado ao público, principalmente pela irreverência do texto de Richard O’ Brien. Com ingressos gratuitos, o musical repete o sucesso de “Cabaret”,também encenado pela Cia Instável e dirigido por André em 2013. “As pessoas saem animadas da sala de espetáculo, rindo. E o melhor, muitos voltam para assistir nosso outro elenco alternante” comenta Latorre.

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Elenco de alunos da Cia Instável de Teatro // FOTO: @maressareis Reprodução do Instagram

Todo esse destaque é fruto do trabalho do ator desde 2001, quando foi convidado pela instituição para dirigir uma produção estudantil.  Para ele, é muito importante que os jovens atores tenham a chance de participar do processo de uma grande montagem, mas infelizmente o mercado não dá muitas oportunidades. “Raramente alguém tem a chance de ensaiar num teatro deste tamanho , como o Ruth Escobar. A Cia. serve como um tubo de ensaio para futuros atores de qualquer gênero, não apenas o musical. Mas é neste tipo de espetáculo que o estudantes tem uma grande vivência e podem experimentar seus talentos mais específicos para o gênero”.

FOTO: @felipe_spookey Reprodução do Instagram
FOTO: @felipe_spookey Reprodução do Instagram

Entre os maiores desafios para realizar esta nova montagem, a captação dos recursos ainda é o principal. Os microfones são os itens que chegam a pesar 85% do orçamento disponível para a produção. Para levantar fundos, os alunos realizam atividades como vendas em bazares rifas e como medida para economizar nos custos, a cenografia é feita a partir de materiais recicláveis. “Temos que usar muita criatividade para não gastar dinheiro e mesmo assim obter o efeito cênico necessário. Mas estamos conseguindo ainda, afinal nossa cenografia de “Cabaret” ganhou o prêmio R7 de melhor cenário de 2013. Na época, não acreditávamos que uma montagem universitária poderia  ser indicada e ganhar então… foi uma honra”, comemora Latorre”

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