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Giulia Nadruz: pouca idade e muita experiência

Com pouca idade e um curriculum extenso que passa por grandes espetáculo internacionais como “Mamma Mia”, “Um violinista no telhado” e “Shrek – O Musical”, Giulia Nadruz é um dos rostos novos que despontaram nesta geração de atores do teatro musical brasileiro. Nesta entrevista exclusiva para o B!, a atriz relembra os primeiros passos no caminho das artes e os desafios da carreira

cadeiraB!: Como surgiu o seu interesse pelo teatro musical?

Gosto de musicais desde pequena, conhecia os clássicos do cinema, mas só fui mergulhar e me apaixonar de verdade um pouco mais velha.

B!: Desde cedo você se preparou em atividades ligadas às artes. Você já tinha a intenção de ser atriz, sobretudo de musicais?

Comecei a dançar com 5 anos e a cantar com 7, mais tarde veio o gosto pelo teatro (foram meus pais que me colocaram na aula de Ballet, mas o canto e o teatro foram iniciativas minhas). Comecei a estudar porque realmente gostava, o fazia só como hobby… Era uma realidade muito distante para mim, demorei um pouco pra me dar conta de que, se eu unisse as minhas habilidades, poderia trabalhar com Teatro musical. Quando me dei conta disso, vi que era exatamente o que eu queria fazer, daí fui me aprofundar no gênero.

B!: Como e quando você decidiu se profissionalizar nesta área? Porque você acha importante esse investimento?

Um belo dia eu vi anunciando na internet uma audição e pensei: “Eu sei dançar, cantar e interpretar, porque não?…Pode ser legal!” Eu tinha uns 16 anos e foi aí que eu comecei a abrir os olhos e pesquisar sobre esse tipo de Teatro que une as três artes. Fiz o teste, mas não passei… Daí surgiu uma vontade maior ainda de estudar e me aprimorar. Mesmo assim eu ainda prestei vestibular para Direito e cursei um ano na UFRJ. Larguei tudo quando comecei a fazer as minhas primeiras peças profissionais, vi que era a minha real vocação e que eu poderia viver de Teatro. Desde então eu não parei mais de trabalhar e nem de estudar. É claro que as pessoas já nascem com algum talento nato e vocação, mas estudar é essencial! Grande parte do dinheiro que ganho trabalhando, invisto nos meus estudos e preparação. Temos que estar sempre preparados para os desafios que o mercado nos trará. Acredito que o profissional tem sempre como desenvolver mais suas habilidades, seja aprendendo no dia a dia da própria profissão ou na sala de aula.

B!: Quando você começou a trabalhar na área de musicais que visão tinha desse mercado?

É um mercado que tem crescido a cada dia, sempre existem novas audições e projetos. Hoje vemos não só as grandes produtoras, mas também muita gente nova se lançando nesse mercado e produzindo espetáculos menores. No início eu achava que era tudo muito fechado e que eu teria que ralar muito até conseguir furar o cerco. Realmente, no começo é difícil e às vezes o artista tem que tentar muito para conseguir ingressar no mercado, mas as possibilidades de trabalho são muitas e o importante é não desistir e estar sempre preparado.

B!: Como foi para você a sua estreia no espetáculo “Oco do Toco”, praticamente a sua estreia no mundo dos musicais?

Fazer o “Oco Toco” foi uma experiência muito boa. Foi a minha primeira peça musical, dividi o palco com ótimos profissionais e aprendi muito. Gosto muito de trabalhar para crianças, era um trabalho de qualidade e foi um ótimo começo.

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Giulia como “Ritinha”, no musical infantil “Oco do Toco”

B!: Depois vieram trabalhos em musicais grandes, como “Mamma Mia”, “Fame”, “Um violinista no telhado” e “Gypsy”. Existe algum predileto entre esses, que são produções internacionais? Quais eram os principais desafios nestes trabalhos?

Muito difícil comparar, gosto de todos. Cada novo trabalho te traz um desafio. Por exemplo, no “Gypsy” tive que aprender a sapatear, no “Mamma Mia” tive que investir bastante no meu preparo físico, afinal tínhamos 7 sessões por semana e as coreografias do ensamble eram muito cansativas. No “Violinista” eu era cover de duas protagonistas (além do meu próprio papel), tinha que estar sempre estudando, e no “Fame” foi onde eu tive minha primeira protagonista (que eu amava), mas a responsabilidade não é nada fácil.

B!: Em “Shrek – O Musical”, quais são as partes mais divertidas e as mais desafiadoras desta produção?

Todas as cenas são divertidas, mas acho que as minhas preferidas são as da torre. Com certeza a mais desafiadora é a primeira cena do segundo ato, aonde eu tenho que cantar e sapatear ao mesmo tempo! Rsrs… Haja fôlego!
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B!: Em “Shrek” você começou como substituta e depois da saída da Sara Sarres, para “A Madrinha Embriagada”, passou ao papel de protagonista de Fiona. Como você vê essa oportunidade em sua carreira?

Está sendo realmente incrível. Estive em cartaz como sub da Sara na temporada do Rio, a admiro muito e aprendi bastante com ela. Tive a oportunidade de estar em cena como Princesa Fiona algumas vezes lá e, com a ida da Sara para o “Madrinha”, recebi o convite para assumir o papel. Gosto muito de fazer o “Shrek” e estar em cena como Fiona, é um papel bastante cansativo, mas a satisfação é enorme! Poder estar em cartaz em “Shrek”, com uma personagem tão conhecida e divertida, em um dos melhores teatros de São Paulo, realmente é um sonho realizado, e acredito que está sendo um marco na minha carreira.

B!: Além desses trabalhos, você também fez parte do elenco de “Para Sempre ABBA”. Como foi a sua estadia e os desafios neste espetáculo, que possui uma linguagem diferente dos musicais atuais?

Adorei fazer parte de “Para Sempre ABBA”. Lá trabalhei ao lado de artistas incríveis sob a direção de Tadeu Aguiar (há muito desejava trabalhar com ele, foi um experiência maravilhosa) e Jules Vandystadt (que eu sou muito fã). Produção do Professor Carlos Alberto Serpa e Rodrigo Cirne. Ainda está em cartaz no Teatro Clara Nunes e é um sucesso!… Foi a primeira vez que fiz esse tipo de espetáculo onde só há música, sem texto, achei muito interessante.

À direita, Giulia em "Para Sempre ABBA"
À direita, Giulia em “Para Sempre ABBA”

B!: Quais são os seus musicais favoritos? E quais você ainda gostaria de fazer?

São muitos!!! Mas vou eleger alguns aqui: “Um Violinista no Telhado”, “Ópera do Malandro”, “Company”, “Ghost”, “Once”, “Despertar da Primavera”, “Quase Normal”, “Mary Poppins” dentre muitos outros!… Adoraria fazer qualquer um desses!

B!: E para quem entrar neste mercado ou já está, qual o seu recado?

Teatro musical é uma paixão. É muito bom trabalhar com o que ama, mas nem tudo são flores. É uma profissão que te exige dedicação total e muita disciplina. Desejo muita sorte para quem está começando, acho que o mais importante é nunca deixar de estudar e não desistir com os “nãos” da vida. Cada “não” deve servir como combustível para nossa vontade de crescer e de nos aprimorarmos. Se a gente faz a nossa parte, tudo acontece na hora certa.
 
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