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Marllos Silva fala sobre o "Prêmio Bibi Ferreira"

Não é de hoje que o Teatro Musical brasileiro vem ganhando espaço, se propagando e destacando, revelando talentos, atraindo olhares admirados, aplausos, e conquistando cada vez mais interessados nessa arte, seja em conhecê-la ou até mesmo em fazer parte dela, e agora, uma nova página dessa história será escrita…                                                                   Vem ai o Prêmio Bibi Ferreira!

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“A Broadway é Aqui!” conversou com o idealizador do projeto, Marllos Silva, que contou com exclusividade detalhes sobre essa novidade.

Ele é ator, diretor, dramaturgo, iluminador, produtor, e dirige a produtora “Marcenaria de Cultura”, responsável por essa grande celebração.       Com a proposta de celebrar o talento dos palcos brasileiros e dar um fim à impressão de que o país pouco valoriza seus artistas multitalentosos, o prêmio surge no timing perfeito para resgatar e preservar a todos os envolvidos no gênero, passando por artistas, produtores, técnicos, diretores e muito mais, e com o desejo de se tornar um selo de qualidade e excelência dos espetáculos de teatro musical em São Paulo, além de virar o evento de maior referência para o público, a crítica, os artistas, produtores e patrocinadores. E quando perguntado sobre como e quando surgiu essa grande ideia, Marllos explica:
“Existem duas respostas para esta pergunta. A primeira mais direta é que os Prêmios para teatro que nós temos hoje não abrangem os musicais, por motivos variados, e a segunda é mais ideológica. A ideia de criar o prêmio faz parte de um sonho/projeto que eu tenho que é muito maior que o Prêmio, e que pode até soar utópico ou arrogante em determinado momento, mas que tem um sentimento que é totalmente oposto disso. Que é o de criar/fortalecer a comunidade teatral para que ela possa lutar pelos seus direitos e proteger os interesses de todos envolvidos nela, sejam eles produtores, artistas ou técnicos.

Marllos Silva (Foto: Naíra Messa)
Marllos Silva (Foto: Naíra Messa)
A decisão de optar pela realização do Prêmio e não por criar uma associação, é que eu queria encontrar um objetivo em comum para unir a classe teatral, e realizar o Prêmio foi a forma que eu encontrei para isso, por enquanto vem dando certo. A cada dia alguém me procura para oferecer ajuda e se juntar a equipe na realização do Prêmio, e isso é o mais importante, mais do que quem vai ganhar o que, é a união de todos. Eu sempre brinco dizendo que o Prêmio vai ser a nossa festa de fim de ano da firma, é onde todos vão se encontrar.
Agora falando menos ideologicamente e efetivamente da questão prática, eu comecei as atividades do Prêmio, em meados abril de 2011, quando nós demos inicio aos contatos com a American Theatre Wings e a Broadway League, que são os responsáveis pela organização do Prêmio Tony, e em seguida com a Sociedade Teatral de Londres, responsável pelo Prêmio Olivier”
Idealizado e desejado há dois anos, a produção do Prêmio “trocou figurinhas” com as equipes dos Prêmios internacionais, se envolveu diretamente com as produções, acompanhou os ensaios e compareceu à cerimônia de premiação do Prêmio Tony deste ano, tudo para dar mais força à suas ideias e absorver o máximo do know-how de cada um, e sobre a experiência de ir a uma das maiores celebrações de Teatro Musical, Marllos relata:
Ir ao Tony foi uma experiência incrível e muito enriquecedora. Eu pude assistir não apenas a cerimônia, mas alguns ensaios, e isso foi maravilhoso, além disso, pude conversar com os responsáveis pela organização da cerimônia. Foi um grande aprendizado. Nós fomos convidados para ir a Cerimônia do Prêmio Olivier também, mas por problemas pessoais acabei não podendo ir.
O Tony é sem dúvida a maior referência para o Prêmio Bibi Ferreira, não na concepção da cerimônia, mas na base da sua existência, porque ele converge justamente para o senso de comunidade. A Broadway só é esta força porque existe uma comunidade comprometida com um objetivo maior. E isso fica muito claro na cerimônia Tony”.
Prêmio Tony 2013 (Radio City Music Hall) - Foto: Arquivo Pessoal
Prêmio Tony 2013 (Radio City Music Hall) – Foto: Arquivo Pessoal
Diante de todo esse contato, naturalmente uma “base” foi adquirida, o que lhes deu consideráveis parâmetros e alternativas, e muito embora a equipe brasileira tenha optado por fazer uso de algumas soluções e ferramentas internacionais, o Prêmio Bibi Ferreira terá um formato próprio, um “quê” original, e promete agradar a todos dentro de suas excelentes possibilidades.
“Sem dúvida, que nós usamos muito do know-how da Broadway League e da American Theatre Wings para conceber as regras do Prêmio, sempre as adequando a nossa realidade e necessidades, e vamos mudá-las anualmente, já posso adiantar que para o próximo ano teremos três novas categorias, librettomusica original e desenho de som. Sobre a cerimônia nós temos total consciência que não temos condições de criar uma festa como é o Tony, mas vamos realizar uma festa que vai deixar todos orgulhosos”.
Todo novo projeto ou iniciativa vem acompanhado de receios, inseguranças, e uma série de prós e contras. Neste caso, a responsabilidade de criar um prêmio inédito, direcionado única e exclusivamente ao teatro musical nacional, veio junto com o peso de muitas expectativas, e Marllos conta quais desafios enfrentou para chegar onde chegou.
“Foram muitas as preocupações, uma das principais foi a de agregar todos os tamanhos de produções, das grandes franquias até os musicais menores realizados por pequenas companhias. Fortalecer os profissionais nacionais. Respeitar e zelar pelo trabalho de todos os profissionais que estavam trabalhando nos espetáculos.
Foto: Naíra Messa
Foto: Naíra Messa
Os desafios começaram pela criação do comitê de indicação, pela busca de unir um grupo de profissionais que tivessem condições de compreender/avaliar todas as nuances da engenharia de um musical. Encontrar ferramentas que pudessem auxiliá-los neste trabalho. Outro desafio mais recente foi na reunião para determinar os indicados, os jurados inclusive aumentaram o número de indicados em algumas categorias. O que foi muito gratificante.
Outro desafio é o de conseguir patrocínio para a cerimônia, por ser o primeiro ano, muitas empresas ficam temerosas em apoiar o projeto, nós tivemos muita sorte de poder contar com o apoio do Instituto Pensarte e da Secretaria Estadual de Cultura que foram os primeiros apoiadores e incentivadores do projeto, senão fosse por eles e pela Elo Digital, a Folha de São Paulo, a radio Nova Brasil, a Operahaus, Amarula e Localiza rent a car os nossos desafios seriam muito maiores.Mas felizmente, agora que a cerimônia está ficando mais próxima, muitos membros da comunidade teatral estão se juntando e posso garantir que vamos ter uma cerimônia muito bonita e diferente de todas as cerimônias de prêmios teatrais do país”.
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Sobre o prêmio

O Prêmio que leva o nome de Bibi Ferreira, considerada a diva do teatro musical nacional, faz uma homenagem à sua vida e obra e eterniza assim, de forma ímpar, sua carreira como atriz, cantora e diretora; E sobre essa escolha especial, Marllos explica:

“Bibi Ferreira foi a única opção, e qualquer explicação que eu der aqui será apenas retórica, a carreira da Dona Bibi fala por sis só, não há teatro musical no Brasil sem Bibi Ferreira. Laurear o prêmio com o nome dela é uma forma de agradecer os anos de dedicação ao teatro musical brasileiro e homenageá-la, e uma forma de sempre lembrar a todos que o prêmio vai zelar pela excelência, a qualidade artística e o profissionalismo. Eu fico muito feliz de poder fazer parte desta homenagem a Dona Bibi”.

Alessandra Maestrini - Foto: Divulgação
Alessandra Maestrini – Foto: Divulgação
E como todo grande evento pede uma Mestre de Cerimônias à altura, com o Prêmio Bibi Ferreira não poderia ser diferente, e a equipe foi certeira em sua designação; O convite para conduzir a noite do ano foi feito à cantora e atriz Alessandra Maestrini, que prontamente o aceitou; E ele conta o que faz dela a escolha perfeita:
 “A Alessandra é uma das atrizes mais talentosas que nós temos no país. Ela também foi a nossa primeira opção para ser a Mestre de Cerimônias, nós queríamos alguém que tivesse bom humor e leveza para conduzir a cerimônia e que principalmente fosse um artista que tivesse ligação com teatro musical”.
Para a escolha dos indicados, um grupo de 05 jurados passou pelo processo de assistir a todos os espetáculos de teatro musical da cidade de São Paulo – desde 01 de julho de 2012, e de acordo com as regras da premiação, determinaram assim os concorrentes de cada uma das 15 categorias. Denominados “Comitê de Indicação”Marllos conta como chegou ao quinteto escolhido, e os apresenta:
 “Foi muito difícil porque nós tínhamos que buscar profissionais que entendessem da engenharia dos musicais, que tivessem conhecimentos teatrais, musicais e corporais. E que tivessem condições de analisar os espetáculos e entender as nuances entre cada área artística e técnica.
É claro que cada um tem um ponto que é mais forte, O Ricardo Monteiro, por exemplo, é dramaturgo e compositor e tem uma formação acadêmica ampla que passa de um bacharelado em composição, para um mestrado em Letras e termina no doutorado em semiótica, o Rubens Ewald é um dos críticos de arte mais respeitados do país e uma das pessoas mais apaixonadas e conhecedora de musicais. A Edna Ligieri é dramaturga e diretora, tendo trabalhado em Londres e EUA com grandes profissionais em diversas áreas do teatro. O Michel Fernandes além de jornalista desenvolveu toda uma pesquisa com dança e teatro. E o último, o Jamil Dias é diretor e pesquisador de teatro musical, a tese do seu pós-doutorado é sobre o teatro musical brasileiro, ele fez um dos mais brilhantes levantamentos sobre os espetáculos musicais encenados no país – é Bacharel em Direção teatral e doutor em artes cênicas.
Todos são profissionais com muito conhecimento técnico para poder analisar cada ponto do espetáculo e cada um com as suas referências e crenças artísticas, mas o mais importante é que todos são apaixonados por musical”.
550334_416930338390152_1354951558_n-001A contagem regressiva para a noite que promete ser um divisor de águas na história do Teatro Musical brasileiro já começou, e agora, faltando menos de um mês, o idealizador Marllos Silva conta o que espera da realização desse seu sonho:
“A expectativa é muito grande, mas maior que a nossa expectativa é a responsabilidade que nós temos de zelar pelo nome da Dona Bibi e respeitar o trabalho de todos os profissionais que atuaram nos espetáculos este ano. Eu espero que este seja apenas o primeiro ano de muitos e que a cada ano possamos somar mais e mais pessoas na nossa cerimônia”.
Clique aqui para saber tudo sobre o Prêmio, conhecer o Comitê de Nomeação, as categorias, os indicados, e muito mais.

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Um Comentário

  1. Deveria chamar premio Claudia Raia, afinal ela é uma desbravadora do teatro musical no Brasil. O Bibi Ferreira contribuiu, mas meus caros, em tempo nenhum (NUNCA) fez tanto como a Claudia Raia. Para isso basta ver o qua ambas ja fizeram. Entendo que a Bibi fez e faz para se manter shows interpretando isso ou aquilo, com produção baixíssima, convenhamos isso não e teatro musical. Please queridos, querem homenageá-la tudo bem, mas vamos colocá-la no lugar certo. As justificativas de engrandecimento, não soam com coerência.

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