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Vida de Frida Kahlo ganha musical mexicano

A 106 anos de seu nascimento e 59 de sua morte, a pintora mexicana Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, mais conhecida como Frida Kahlo, famosa por suas telas e cores, será homenageada em uma montagem teatral e musical que já está sendo ensaiada em sua cidade natal.

O Instituto Nacional de Belas Artes, é um dos responsáveis pela produção do espetáculo “Frida, Uma Canção Para a Vida” (“Frida, A Song to Life”), uma história que se passa no dia que antecede a morte da pintora, que em meio a toda dor da situação, relembra os momentos mais importantes de sua vida, partindo do encontro entre seus pais, o pintor Guillermo e a católica devota Matilde, em Xochimilco, as lembranças de sua casa, conhecida como A Casa Azul – em Coyocán, suas diversas doenças, os acidentes que lhe renderam lesões e operações, seu casamento tumultuado com o artista plástico Diego Rivera, sua bissexualidade assumida, suas tentativas de suicídio, e uma série de outros acontecimentos por trás dos 47 anos em que viveu no México onde começou e terminou sua vida.
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Sobre ela

Frida é protagonista de uma história real e sofrida, mas que descobre como enfrentá-la através da arte. Suas primeiras noções surgem entre os 15 e 18 anos, período em que estudou na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México, onde teve aulas de desenho e modelagem, aos 18 anos, também aprendeu a técnica da gravura com Fernando Fernandez, mas por uma ironia do destino, ainda em 1925, ela foi vítima de um grave acidente, o bonde em que viajava chocou-se com um trem e no impacto o pára-choque de um dos veículos a atingiu gravemente, o que fez com que Frida passasse meses no hospital entre a vida e a morte, sendo submetida a várias cirurgias para que seu corpo, todo perfurado, pudesse ser reconstruído.
Sua recuperação foi bastante demorada, com a ajuda de coletes ortopédicos feitos de diversos materiais, e sua condição limitada acabou despertando nela a necessidade e a vontade de se ocupar, e eis então o seu primeiro contato com a arte. Com um cavalete adaptado à cama e uma caixa de tintas de seu pai, Frida arriscou as primeiras pinceladas, e se encontrou.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Frida e Rivera (Foto: Divulgação)
Frida e Rivera (Foto: Divulgação)
Aos 22 anos Frida se casou, e sua vida ao lado de Diego Rivera passou a influenciar fortemente seu estilo artístico, que acabou por se caracterizar como “nacionalista”, em pinturas que valorizam o folclore, a arte popular e a cultura indígena do México, evidenciados no uso de cores brilhantes, no simbolismo dramático e no estilo primitivo, além de pincelar sua realidade, como por exemplo, na tela “A Coluna Partida”, ilustrando o colete de gesso que usou durante a época de sua recuperação. 

O Musical

Baseado no amor e na dor, sentimentos vividos intensamente por Frida Kahlo, o espetáculo musical que a homenageia tem como foco retratar os reflexos de uma mulher forte, que transformou a dor em arte, seus temores, seus excessos e anseios, mesmo entre tantas dificuldades. Para encenar esse drama romântico, diversas seleções aconteceram no México, 140 bailarinos se inscreveram e foram necessárias seis audições para que 17 fossem escolhidos, um dos critérios era que eles conseguissem expressar a história através dos movimentos do corpo, como leves pinceladas. Cerca de 30 talentos entre atores, cantores e bailarinos estarão em cena, Frida será vivida por Darling Lucas na fase jovem e pela atriz californiana Jacqueline Fernández na fase adulta, o ator Al Castillo viverá Rivera e ao lado dos protagonistas, nomes como David Trillo, Marina Michel, Marco Vinicio Estrello, Ramón Sámano, Pia Vergara e Zabdi Blanco interpretarão durante 120 minutos de espetáculo, 13 coreografias e 19 canções que marcam o tempo da história, como “Xochimilco”, “Pobre Frida”, “O Aborto”, “A Cantina” e “Um Canto a Vida”.

Ensaio no Instituto de Belas Artes - (Foto: Divulgação)
Ensaio no Instituto Nacional de Belas Artes (México) – Foto: Divulgação
Cena do espetáculo (Foto: Divulgação)
Cena do espetáculo (Foto: Divulgação)
“Frida, Uma Canção Para a Vida” é uma produção da companhia canadense Stravox Entertainment, sob a direção de Octavio Salazar-Villava, escrita por Marcos Lifshitz e coreografada por Klaudia Casillas. A cenografia será composta por mais de 300 itens, como girassóis, bandeiras, cestas de flores, ferramentas de operários, fuzis, espadas, vigas, fotografias, espelhos e quadros, e 170 figurinos, entre saias e espartilhos, complementam visualmente.
O musical mexicano estreia em 25 de outubro deste ano, no Teatro McCallum em Palm Desert, em San Diego – Califórnia, onde fica em cartaz por duas semanas, antes de seguir para outras cidades dos EUA, como Novo México, Nevada, Arizona, Aspen e Nova York, e chegar ao Canadá e Alemanha até maio de 2014.
Uma das maiores artistas do México e uma das mais famosas pintoras, Frida Kahlo, que tem no seu acervo 143 pinturas, sendo 55 delas auto-retratos, terá sua história contada apresentada ao mundo e se eternizará musicalmente além da telas, nos palcos. Através de sua arte, ela voltará, indo contra uma de suas últimas vontades, escrita em seu diário poucos dias antes de morrer…
Diário (Foto: Divulgação)
Diário (Foto: Divulgação)
“Espero alegre a saída – e espero nunca mais voltar” – Frida.

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Grazy Pisacane

Jornalista Cultural e Assessora de Imprensa, especializada há 10 anos no mercado de teatro musical.

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