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Cirque du Soleil mistura teatro, música e acrobacia em “Corteo”

Montada no parque Villa Lobos, a grande tenda do Cirque du Soleil deu o ar da graça na cidade de São Paulo no dia 18 de março, quando chegou para uma temporada que vai até 14 de julho. O novo espetáculo leva o nome de “Corteo”, e começou em 2005, no Canadá, tendo sido visto por mais de 6 milhões de pessoas, sua trama apresenta uma espécie de “cortejo”, uma procissão de sorrisos, acrobacias e muita magia, um desfile imaginado por um palhaço, que tem a missão de encantar suas plateias e transportar seu publico para um mundo à parte, onde em um clima de mistério se pode viajar entre o céu e a terra por baixo da lona branca.

Em “Corteo”, o palhaço imagina seu próprio funeral, sendo observado por anjos e crianças, em meio a um clima de festa, o que acaba fazendo com que os extremos se contrastem, como a força e a fragilidade do Ser pintado, assim como sua sabedoria e doçura, demonstrando um toque de sensibilidade que remete ao aspecto humano que há dentro de cada um. Nele, a ilusão brinca com a realidade entre o lírico e o divertido das canções que compõe sua trilha sonora, deixando espaço até para uma pitada de samba, complementando assim as apresentações fascinantes dos seis maiores personagens: A Palhacinha, O Palhaço Morto, O Palhaço Gigante, O Palhacinho, O Assobiador Fiel e O Palhaço de Branco, que estampa as campanhas de “Corteo”.

Foto: Divulgação
O Palhaço de Branco (Foto: Divulgação)

Dividido em 17 atos que mesclam a história com números musicais acrobáticos, teatro e poesia, a trama tem uma espécie de versão “selvagem e maluca” de Romeu e Julieta, em um teatro íntimo, mas nem por isso e toda a modernidade da companhia – o que inclui voos de até 12 metros de altura, a essência do espetáculo circense chega a se perder, prova disso são os momentos com malabarismo, cama elástica, corda bamba e gangorra, tudo muito bem executado em um palco giratório especial, de 32 metros de comprimento, dividido em duas partes, com 12 metros de diâmetro cada, o que facilita a visão do publico também dividido, e que assisti a tudo de frente um para o outro, desse modo é possível se observar o espetáculo do ponto de vista do artista, o que para o Cirque du Soleil,  ter um palco de 360°, é uma experiência inédita.

Outro detalhe bastante curioso é sobre a criação das cortinas, o cenógrafo Jean Rabasse se inspirou na exposição “The Great Parade: Portrait of The Artist as Clown”, na National Gallery of Canadá, e com base nela e nos trabalhos de pintores como Pablo Picasso e Adolphe Willette, ele precisou de 12 dias para pintar em aquarela a “Procissão Corteo” nas cortinas. Guiado especialmente por uma pintura do parisiense Willette, de 1885, ele optou por dar um toque barroco, tanto para as duas cortinas de 17 metros de largura e 12 de altura, quanto para as quatro de abertura lateral, em estilo italiano, neste espetáculo, elas são elementos fundamentais e estão entre os mais fascinantes também.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Outro ponto de destaque importante fica por conta de Dominique Lemieux, os figurinos. É ela a responsável pelas 131 vestes dos 41 personagens em cena, com a ideia de valorizar a beleza natural dos artistas, ela utilizou 900 tipos de tecidos, que variam entre os tons de azul, rosa e fúcsia, além do brilho do ouro e cobre, tendo sido alguns deles inclusive submetidos ao processo de aerografia, para dar um aspecto envelhecido às peças. Na produção um número de 200 integrantes fazem parte da trupe, e no palco, artistas de 25 nacionalidades diferentes, incluindo 5 brasileiros dão um show – quatro técnicos e uma artista: Camila Comin, que aos 29 anos, já fez parte da seleção brasileira de ginástica olímpica e desde 2007 trabalha no Cirque du Soleil, ela é um dos personagens principais de “Corteo”, vive o anjo que está ao lado do palhaço no funeral e também se apresenta no trapézio e com arcos gigantes.

Sob a direção do italiano Daniele Finzi Pasca, que traz para o picadeiro suas lembranças fantasiosas da infância, e mistura referências reais dos tempos em que morou no México, onde os funerais são como um desfile em um grande encontro de família, o espetáculo chega ao Brasil para uma temporada que vai até o primeiro semestre de 2014, começando por São Paulo e passando por Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e se despedindo do país em Porto Alegre. Com preços reduzidos, espera-se para ele um publico de um milhão de espectadores, 100 mil a mais do que em Varekai (2012), e para isso, a famosa tenda branca ficou ainda maior, ganhando mais 200 lugares e comportando 2.775 pessoas.

Para conferir esse espetáculo que mistura música, teatro, dança e números acrobáticos, você pode comprar ingressos via internet.

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Grazy Pisacane

Jornalista Cultural e Assessora de Imprensa, especializada há 10 anos no mercado de teatro musical.

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