Marllos Silva fala sobre o "Prêmio Bibi Ferreira"
Não é de hoje que o Teatro Musical brasileiro vem ganhando espaço, se propagando e destacando, revelando talentos, atraindo olhares admirados, aplausos, e conquistando cada vez mais interessados nessa arte, seja em conhecê-la ou até mesmo em fazer parte dela, e agora, uma nova página dessa história será escrita… Vem ai o Prêmio Bibi Ferreira!
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=24VOr2CcyzM]O “A Broadway é Aqui!” conversou com o idealizador do projeto, Marllos Silva, que contou com exclusividade detalhes sobre essa novidade.
Ele é ator, diretor, dramaturgo, iluminador, produtor, e dirige a produtora “Marcenaria de Cultura”, responsável por essa grande celebração. Com a proposta de celebrar o talento dos palcos brasileiros e dar um fim à impressão de que o país pouco valoriza seus artistas multitalentosos, o prêmio surge no timing perfeito para resgatar e preservar a todos os envolvidos no gênero, passando por artistas, produtores, técnicos, diretores e muito mais, e com o desejo de se tornar um selo de qualidade e excelência dos espetáculos de teatro musical em São Paulo, além de virar o evento de maior referência para o público, a crítica, os artistas, produtores e patrocinadores. E quando perguntado sobre como e quando surgiu essa grande ideia, Marllos explica:
“Existem duas respostas para esta pergunta. A primeira mais direta é que os Prêmios para teatro que nós temos hoje não abrangem os musicais, por motivos variados, e a segunda é mais ideológica. A ideia de criar o prêmio faz parte de um sonho/projeto que eu tenho que é muito maior que o Prêmio, e que pode até soar utópico ou arrogante em determinado momento, mas que tem um sentimento que é totalmente oposto disso. Que é o de criar/fortalecer a comunidade teatral para que ela possa lutar pelos seus direitos e proteger os interesses de todos envolvidos nela, sejam eles produtores, artistas ou técnicos.
A decisão de optar pela realização do Prêmio e não por criar uma associação, é que eu queria encontrar um objetivo em comum para unir a classe teatral, e realizar o Prêmio foi a forma que eu encontrei para isso, por enquanto vem dando certo. A cada dia alguém me procura para oferecer ajuda e se juntar a equipe na realização do Prêmio, e isso é o mais importante, mais do que quem vai ganhar o que, é a união de todos. Eu sempre brinco dizendo que o Prêmio vai ser a nossa festa de fim de ano da firma, é onde todos vão se encontrar.
Agora falando menos ideologicamente e efetivamente da questão prática, eu comecei as atividades do Prêmio, em meados abril de 2011, quando nós demos inicio aos contatos com a American Theatre Wings e a Broadway League, que são os responsáveis pela organização do Prêmio Tony, e em seguida com a Sociedade Teatral de Londres, responsável pelo Prêmio Olivier”
Idealizado e desejado há dois anos, a produção do Prêmio “trocou figurinhas” com as equipes dos Prêmios internacionais, se envolveu diretamente com as produções, acompanhou os ensaios e compareceu à cerimônia de premiação do Prêmio Tony deste ano, tudo para dar mais força à suas ideias e absorver o máximo do know-how de cada um, e sobre a experiência de ir a uma das maiores celebrações de Teatro Musical, Marllos relata:
“Ir ao Tony foi uma experiência incrível e muito enriquecedora. Eu pude assistir não apenas a cerimônia, mas alguns ensaios, e isso foi maravilhoso, além disso, pude conversar com os responsáveis pela organização da cerimônia. Foi um grande aprendizado. Nós fomos convidados para ir a Cerimônia do Prêmio Olivier também, mas por problemas pessoais acabei não podendo ir.
O Tony é sem dúvida a maior referência para o Prêmio Bibi Ferreira, não na concepção da cerimônia, mas na base da sua existência, porque ele converge justamente para o senso de comunidade. A Broadway só é esta força porque existe uma comunidade comprometida com um objetivo maior. E isso fica muito claro na cerimônia Tony”.
Diante de todo esse contato, naturalmente uma “base” foi adquirida, o que lhes deu consideráveis parâmetros e alternativas, e muito embora a equipe brasileira tenha optado por fazer uso de algumas soluções e ferramentas internacionais, o Prêmio Bibi Ferreira terá um formato próprio, um “quê” original, e promete agradar a todos dentro de suas excelentes possibilidades.
“Sem dúvida, que nós usamos muito do know-how da Broadway League e da American Theatre Wings para conceber as regras do Prêmio, sempre as adequando a nossa realidade e necessidades, e vamos mudá-las anualmente, já posso adiantar que para o próximo ano teremos três novas categorias, libretto, musica original e desenho de som. Sobre a cerimônia nós temos total consciência que não temos condições de criar uma festa como é o Tony, mas vamos realizar uma festa que vai deixar todos orgulhosos”.
Todo novo projeto ou iniciativa vem acompanhado de receios, inseguranças, e uma série de prós e contras. Neste caso, a responsabilidade de criar um prêmio inédito, direcionado única e exclusivamente ao teatro musical nacional, veio junto com o peso de muitas expectativas, e Marllos conta quais desafios enfrentou para chegar onde chegou.
“Foram muitas as preocupações, uma das principais foi a de agregar todos os tamanhos de produções, das grandes franquias até os musicais menores realizados por pequenas companhias. Fortalecer os profissionais nacionais. Respeitar e zelar pelo trabalho de todos os profissionais que estavam trabalhando nos espetáculos.
Os desafios começaram pela criação do comitê de indicação, pela busca de unir um grupo de profissionais que tivessem condições de compreender/avaliar todas as nuances da engenharia de um musical. Encontrar ferramentas que pudessem auxiliá-los neste trabalho. Outro desafio mais recente foi na reunião para determinar os indicados, os jurados inclusive aumentaram o número de indicados em algumas categorias. O que foi muito gratificante.
Outro desafio é o de conseguir patrocínio para a cerimônia, por ser o primeiro ano, muitas empresas ficam temerosas em apoiar o projeto, nós tivemos muita sorte de poder contar com o apoio do Instituto Pensarte e da Secretaria Estadual de Cultura que foram os primeiros apoiadores e incentivadores do projeto, senão fosse por eles e pela Elo Digital, a Folha de São Paulo, a radio Nova Brasil, a Operahaus, Amarula e Localiza rent a car os nossos desafios seriam muito maiores.Mas felizmente, agora que a cerimônia está ficando mais próxima, muitos membros da comunidade teatral estão se juntando e posso garantir que vamos ter uma cerimônia muito bonita e diferente de todas as cerimônias de prêmios teatrais do país”.
Sobre o prêmio
O Prêmio que leva o nome de Bibi Ferreira, considerada a diva do teatro musical nacional, faz uma homenagem à sua vida e obra e eterniza assim, de forma ímpar, sua carreira como atriz, cantora e diretora; E sobre essa escolha especial, Marllos explica:
E como todo grande evento pede uma Mestre de Cerimônias à altura, com o Prêmio Bibi Ferreira não poderia ser diferente, e a equipe foi certeira em sua designação; O convite para conduzir a noite do ano foi feito à cantora e atriz Alessandra Maestrini, que prontamente o aceitou; E ele conta o que faz dela a escolha perfeita:“Bibi Ferreira foi a única opção, e qualquer explicação que eu der aqui será apenas retórica, a carreira da Dona Bibi fala por sis só, não há teatro musical no Brasil sem Bibi Ferreira. Laurear o prêmio com o nome dela é uma forma de agradecer os anos de dedicação ao teatro musical brasileiro e homenageá-la, e uma forma de sempre lembrar a todos que o prêmio vai zelar pela excelência, a qualidade artística e o profissionalismo. Eu fico muito feliz de poder fazer parte desta homenagem a Dona Bibi”.
“A Alessandra é uma das atrizes mais talentosas que nós temos no país. Ela também foi a nossa primeira opção para ser a Mestre de Cerimônias, nós queríamos alguém que tivesse bom humor e leveza para conduzir a cerimônia e que principalmente fosse um artista que tivesse ligação com teatro musical”.
Para a escolha dos indicados, um grupo de 05 jurados passou pelo processo de assistir a todos os espetáculos de teatro musical da cidade de São Paulo – desde 01 de julho de 2012, e de acordo com as regras da premiação, determinaram assim os concorrentes de cada uma das 15 categorias. Denominados “Comitê de Indicação”, Marllos conta como chegou ao quinteto escolhido, e os apresenta:
“Foi muito difícil porque nós tínhamos que buscar profissionais que entendessem da engenharia dos musicais, que tivessem conhecimentos teatrais, musicais e corporais. E que tivessem condições de analisar os espetáculos e entender as nuances entre cada área artística e técnica.
É claro que cada um tem um ponto que é mais forte, O Ricardo Monteiro, por exemplo, é dramaturgo e compositor e tem uma formação acadêmica ampla que passa de um bacharelado em composição, para um mestrado em Letras e termina no doutorado em semiótica, o Rubens Ewald é um dos críticos de arte mais respeitados do país e uma das pessoas mais apaixonadas e conhecedora de musicais. A Edna Ligieri é dramaturga e diretora, tendo trabalhado em Londres e EUA com grandes profissionais em diversas áreas do teatro. O Michel Fernandes além de jornalista desenvolveu toda uma pesquisa com dança e teatro. E o último, o Jamil Dias é diretor e pesquisador de teatro musical, a tese do seu pós-doutorado é sobre o teatro musical brasileiro, ele fez um dos mais brilhantes levantamentos sobre os espetáculos musicais encenados no país – é Bacharel em Direção teatral e doutor em artes cênicas.
Todos são profissionais com muito conhecimento técnico para poder analisar cada ponto do espetáculo e cada um com as suas referências e crenças artísticas, mas o mais importante é que todos são apaixonados por musical”.
A contagem regressiva para a noite que promete ser um divisor de águas na história do Teatro Musical brasileiro já começou, e agora, faltando menos de um mês, o idealizador Marllos Silva conta o que espera da realização desse seu sonho:
“A expectativa é muito grande, mas maior que a nossa expectativa é a responsabilidade que nós temos de zelar pelo nome da Dona Bibi e respeitar o trabalho de todos os profissionais que atuaram nos espetáculos este ano. Eu espero que este seja apenas o primeiro ano de muitos e que a cada ano possamos somar mais e mais pessoas na nossa cerimônia”.
►Clique aqui para saber tudo sobre o Prêmio, conhecer o Comitê de Nomeação, as categorias, os indicados, e muito mais.
Deveria chamar premio Claudia Raia, afinal ela é uma desbravadora do teatro musical no Brasil. O Bibi Ferreira contribuiu, mas meus caros, em tempo nenhum (NUNCA) fez tanto como a Claudia Raia. Para isso basta ver o qua ambas ja fizeram. Entendo que a Bibi fez e faz para se manter shows interpretando isso ou aquilo, com produção baixíssima, convenhamos isso não e teatro musical. Please queridos, querem homenageá-la tudo bem, mas vamos colocá-la no lugar certo. As justificativas de engrandecimento, não soam com coerência.